Com avanço da Covid-19, governo federal reconhece calamidade pública na Bahia e no Ceará

Autoridades de saúde já alertam para uma possível segunda onda doença ainda neste ano

  • Por Jovem Pan
  • 26/10/2020 12h02
EFE/ Andre Borges Ambulância diante do Hospital de Brasília Para o médico Miguel Nicolelis, a possibilidade de uma segunda onda atingir o Nordeste brasileiro é "muito real"

O governo federal reconheceu nesta segunda-feira, 26, o estado de calamidade pública na Bahia e no Ceará em razão da pandemia da Covid-19. A situação, publicada na portaria da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil no Diário Oficial da União, reduz a burocracia e facilita, a estados e municípios, o acesso aos recursos da União para ações de socorro.  Segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado neste domingo, 25, o Ceará registrou 872 novos casos da doença e dois óbitos nas últimas 24 horas. O estado acumula 270.264 casos, e as mortes já chegam a 9.248.

Ao mesmo tempo, dados da Secretaria de Saúde da Bahia mostram que o estado registrou 691 novos casos de infecção pelo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo nota também deste domingo. No total, o estado acumula 344.705 casos da doença desde o início da pandemia. O boletim traz ainda o registro de 22 novas mortes, totalizando 7.475 óbitos no estado. A declaração do estado de calamidade pública acontece em um momento que autoridades de saúde começam a mapear uma possível onda da Covid-19 no Nordeste brasileiro. O coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, Miguel Nicolelis, afirmou à Jovem Pan que a possibilidade de uma segunda onda atingir a região é “muito real”. Segundo ele, considerando a atual situação da Europa e dos Estados Unidos, a previsão é que a explosão de casos aconteça entre a semana do Natal e os primeiros dias de janeiro. Para evitar a situação, medidas como fechamento de aeroportos e novos períodos de isolamento devem ser adotados.

“Os aeroportos devem ter controles rígidos os passageiros, monitoramento, serem testados e cumprirem quarentena de 14 dias. Depois, teríamos que começar a estocar tudo que vai ser necessário para combater a segunda onda, medicamentos, mascaras, roupa de proteção individual, materiais para UTI que faltaram e precisamos começar a ter um plano de contingenciamento dos leitos, que eventualmente vamos ter que utilizar se a segunda onda se materializar. Supondo que a onda na Europa piore, o Brasil teria que fechar espaço aéreo, porque a pandemia entrou pelos aeroportos e ela pode voltar pelos mesmos locais.”

*Com Agência Brasil

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