Cristovam Buarque critica “religiosos” petistas e pede que Congresso se feche até achar solução

  • Por Jovem Pan
  • 04/03/2016 14h18
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Brasília - Senador Cristovam Buarque anuncia, no plenário do Senado, sua desfiliação do PDT e sua entrada no PPS (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Senador Cristovam Buarque (PDT)

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-ministro da Educação de Lula (2003 a 2004) e ex-petista, comentou a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal nesta sexta (04) bem como o cenário político do País.

“Eu não imaginava nunca ver o PT envolvido em tantos problemas de corrupção. Nem ter abandonado seus compromissos de transformação da sociedade brasileira. Nem de ver o presidente Lula levado para interregatório”, confessou.

Buarque se disse “entristecido” com os últimos acontecimentos e afirmou que, “ao mesmo tempo em que é um susto, um incômodo, (a ação da PF contra Lula) mostra que as instituições estão funcionando”.

Para o senador, o Congresso Nacional deve dar uma resposta imediata à sociedade ante as últimas denúncias de corrupção, além da crise econômica que atinge o Brasil. Ele sugere que o presidente do Senado Renan Calheiros convoque o Congresso “em caráter permanente”, retirando as folgas das segundas e sextas-feiras.

“O Congresso tem que agir rápido, não deixar passar duas, três semanas sem dar uma resposta clara”, disse. “Nós no congresso precisamos apressar as decisões. O Brasil não pode esperar”.

Apesar de elogiar as “instituições”, Buarque disse que “o País não está funcionando”. “Não estamos trabalhando o suficiente, e eu me incluo”, afirmou.

Buarque sugere sobre o enclausuramento: “é não sair de lá enquanto não se encontre uma solução”. Ele pede que a questão do impeachment de Dilma seja discutida também o quanto antes.

“Religião”

Questionado, Cristovam Buarque também criticou o discurso oficial do Partido dos Trabalhadores de acusar a Lava Jato de ação política.

“O grupo que continua no PT transformou o partido em religião”, disse. “Não é mais um partido que pensa, que reflita”.

Buarque afirmou que, mesmo se chamando de progressista, o PT age como reacionário. “A coisa mais reacionária na política é não ver a realidade, escondê-la (…). O PT entrou num processo de alienação completa, não vê mais a realidade”, criticou.

O senador pedetista disse que torce para que a maioria dos petistas “não entre na armadilha da religiosidade partidária”.

Ex-PT

Buarque aproveitou para falar sobre sua história no PT. “Fui ministro em 2003 e saí em 2005 antes mesmo de PT perder a vergonha”.

O senador afirmou que deixou a sigla quando viu “o PT perder vigor na sociedade, principalmente na área a que me dedico mais, educação de base”.

Buarque afirma que Lula “queria apenas vagas na universidade porque dá voto”.

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