Jovem Pan
Publicidade

Decisão judicial adia greve de motoristas de ônibus no Rio

Coronavírus afetará transporte no Rio de Janeiro

Os trabalhadores das concessionárias do sistema de ônibus do Rio vão cumprir a decisão judicial que proibiu a paralisação prevista para começar no último dia do ano. Segundo o presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Rio (Sintraurb-Rio), Sebastião José da Silva, a entidade optou por não entrar em greve conforme a condição imposta pela Justiça – de que 80% do serviço de transporte nos ônibus fossem mantidos.

Publicidade
Publicidade

O sindicato reivindica o pagamento de salários atrasados e tinha marcado greve a partir de zero hora do dia 31. Uma liminar obtida em ação movida pela Rio Ônibus, entidade que representa as empresas, permitiu a paralisação apenas a partir das 10h do dia 1º, e mesmo assim com a garantia de manutenção de, no mínimo, 80% dos serviços nos horários de pico e 60% nos demais horários.

Segundo Silva, 9 mil dos cerca de 30 mil trabalhadores da categoria na cidade do Rio estão com apagamentos atrasados. Por isso, a entidade comemorou outra decisão judicial, tomada no Sábado (30) em caráter liminar no plantão do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, que mandou arrestar todo o faturamento das concessionárias das linhas de ônibus no dia 31. “No plantão judiciário, não conseguimos derrubar a liminar (que proibiu a greve no dia 31), mas conseguimos o arresto”, afirmou Silva.

O Sintraurb-Rio tem assembleia marcada para as 15h da terça-feira, dia 2, para decidir os próximos passos do movimento de greve. Na liminar em que decide pelo arresto, o desembargador Gustavo Tadeu Alkmim deu razão ao sindicato, pois a “petição inicial vem instruída com documentos que comprovam a situação precária que vive boa parte dos trabalhadores da categoria, o que pode se verificar pelas diversas ações de cobrança demonstrando a falta de pagamento de salários”.

Conforme a decisão de arresto, todos os consórcios de empresas concessionárias do serviço de ônibus deverão prestar contas do faturamento no dia 31, tanto em espécie quanto via o RioCard, sistema de cartões e vale-transporte administrado pela Rio Ônibus.

O relatório com a prestação de contas deve ser apresentado à Justiça até 10 de janeiro. A assessoria de imprensa da Rio Ônibus não foi localizada para comentar a decisão judicial.

A expectativa do Sintraurb-Rio é de que os recursos sejam destinados ao pagamento dos salários atrasados, mas a liminar de sábado prevê apenas a retenção dos valores. O destino dos recursos será definido posteriormente, fora do plantão. Segundo Silva, não se sabe qual valor deverá ser arrestado, porque o faturamento dos concessionários é uma “caixa-preta”.

Segundo o presidente do Sintraurb-Rio, somente por causa da falência de duas empresas, a Transportes Santa Maria e a São Silvestre, 1,5 mil trabalhadores perderam o emprego. A Santa Maria firmou acordo com o sindicato e pagou o que devia aos funcionários, mas a São Silvestre, cuja falência é mais recente, deve R$ 35 milhões aos empregados, nas contas de Silva.

Publicidade
Publicidade