Defesa tenta tergiversar, mas não convence, diz Miguel Reale Jr.

  • Por Jovem Pan
  • 30/08/2016 16h07
Ele é um dos autores do pedido protocolado no ano passado Marcelo Camargo/Agência Brasil Miguel Reale Jr. discursa durante sessão do julgamento do impeachment no Senado

Advogado que ajudou a formular o pedido de impeachment de Dilma Rousseff, Miguel Reale Jr. depreciou o pronunciamento do advogado de defesa da presidente afastada, José Eduardo Cardozo.

“A defesa repete esses argumentos de que não existiu crime de responsabilidade, mas as provas são latentes”, disse Reale em entrevista exclusiva ao repórter JP Marcelo Mattos. “A defesa tem que tergiversar, buscar filigranas, mas efetivamente não convence”

Na visão do acusador, “a perícia mostra que houve operação de crédito” irregular e há documentação que registra o suposto crime de responsabilidade, como “voto preliminar do Tribunal de Contas”. Ele diz: são “provas documentais”.

Reale combateu o discurso de Cardozo de que os acusadores estariam julgando Dilma pelo “conjunto da obra” e não pelos crimes colocados na denúncia. “Há o conjunto da obra, não no aspecto político, mas de finanças públicas”, afirmou o jurista. 

“Ninguém é contra o plano safra. O que se é contra é que o Tesouro deixe de pagar o Banco do Brasil”, comentou também Reale, em relação às pedaladas fiscais. “O Banco do Brasil é credor do Tesouro em R$ 10 bilhões. O Tesouro está no cheque especial”, argumentou.

O acusador afirmou que Dilma aderiu à “gastança geral” para vencer as eleições, mesmo que as “pedaladas” de 2014 não estejam em julgamento no processo acatado. Isso teria gerado a “desconfiança geral de todos os agentes econômicos” e a piora dos índices econômicos para todo o País.

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