Deputado tucano: “se ela não quer renunciar, vamos para o impeachment”; requerimento será apresentado na quinta

  • Por Jovem Pan
  • 11/09/2015 10h13
George Gianni/ Divulgação PSDB Deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB-BA)

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) anunciou que o grupo pró-impeachment criado nesta quinta (10), que reúne várias siglas da oposição, levará na quinta-feira da semana que vem (17) requerimento pelo impedimento da presidente Dilma para análise do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Pelo andar da carruagem, com essa ruína da administração do PT, a única saída que eu vejo é a renúncia da presidente. Se ela não quer renunciar, vamos para o impeachment”, proclamou o deputado.

“Estamos organizando a presença do professor Hélio Bicudo e do professor Miguel Reale Jr. para estarem conosco no Congresso na quinta-feira”, disse Imbassahy, citando dois juristas pró-impeachment. Reale Jr. é jurista do PSDB e ajudou a redigir a petição pelo afastamento de Collor em 1992. Bicudo é um dos fundadores do PT, ex-procurador, ex-deputado e ex-ministro, e apresentou pedido de impeachment contra Dilma no dia 1º de setembro.

“Miguel Reale está colaborando para melhorar mais ainda esse requerimento (de Bicudo) e vai ser um requerimento nosso”, afirmou o deputado tucano. “O que a gente quer é que Eduardo Cunha cumpra o regimento para que o processo ande.”

Se Cunha rejeitar o pedido, o grupo de deputados promete recorrer ao plenário da Câmara. Neste caso, seria necessária metade dos votos dos parlamentares presentes, mais um. “Nós já temos 285 deputados que topam seguir adiante com o processo de impeachment”, disse Imbassahy. Isso seria o suficiente para a admissão do requerimento na Câmara. Se os 513 deputados estiverem presentes no dia, bastam 257 votos para abrir o processo.

Líderes da oposição durante lançamento de petição online pelo impeachment de Dilma nesta quinta-feira (Folhapress)

“A gente acha que esse movimento vai pegar pressão”, disse ainda o parlamentar de oposição. “Na medida em que pega pressão, você alcança os 342 deputados no momento final.” Na votação final pelo afastamento ou não da presidente da República, dois terços, ou 342 deputados, têm que votar a favor do impeachment.

Ele entende que o número de apoiadores da medida pode aumentar. “Quando a rua fala, ele (o Congresso Nacional) procura assimilar logo o sentimento de indignação”, avalia. Imbassahy aposta no sucesso de abaixo-assinado criado pelo movimento suprapartidário pelo impeachment. Foram 384 mil assinaturas coletadas até a manhã desta sexta (11).

“Congressistas e parlamentares vão ser pressionados pelos seus familiares e amigos a assinarem também”, espera Imbassahy.

CPI

Imbassahy também é vice-presidente da CPI da Petrobras. Ele informou que a comissão que investiga o esquema de cartel e propina na Petrobras convocou o empreiteiro da UTC Ricardo Pessoa, apontado como chefe do “clube do bilhão” para depor à CPI. Pessoa deve falar na próxima terça-feira (15) à tarde.

O deputado pretende esclarecer e expor fatos da delação premiada de Pessoa. O dono da UTC disse que foi chantageado por Edinho Silva, ministro da Secom (Secretaria de Comunicação) do governo Dilma e ex-tesoureiro de campanha da presidente. Edinho teria reclamado que a doação de R$ 7,5 milhões era muito baixa.

(Foto: Folhapress)

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