Dilma tentou acalmar PMDB, grande fiador do impeachment, diz cientista político

  • Por Jovem Pan
  • 03/10/2015 14h05
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff anuncia mudanças em seu ministério , durante declaração à imprensa no Palácio do Planalto (Antonio Cruz/Agência Brasil) Antonio Cruz/Agência Brasil Presidente Dilma e vice Michel Temer durante anúncio de cortes em ministérios

Valdir Pucci, cientista político e professor da Universidade de Brasília (UNB), avaliou as consequências e causas da reforma ministerial da presidente Dilma, que diminuiu de 39 para 31 o número de pastas na esplanada.

O analista entende que a medida tem resultados políticos questionáveis e práticos quase nulos. “Em termos práticos não traz nada para nós”, disse. “Foi uma reforma no intuito de agradar o PMDB e mantê-lo junto à base”, avaliou em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan neste sábado (03).

“O grande fiador do impeachment é o PMDB, pela chegada do (Michel) Temer no poder”, complementa Pucci. “Por isso a presidente tentou acalmar setores do PMDB”, disse.

Pucci entende que a eficácia do ato “vai depender se vai ter um apelo popular, um apelo midiático”. “A cada dia que passa a gente vê que até mesmo os aliados do pt e da presidente estão se afastando”, ressaltou. “Eu não acredito que vai surtir um efeito muito prático na sociedade”.

Ele enfatiza, no entando, que “o ajuste é necessário” e “não temos como fugir”, mas entende que a presidente Dilma deveria negociar mais os termos do aperto fiscal com os setores da sociedades. Pucci pede de Dilma “mais humildade, mais reconhecimento de erros”.

O cientista político avalia também que há setores do PSDB que querem que Dilma permaneça no cargo a fim de que ela “sangre” politicamente e o PT fique com os prejuízos eleitorais. Haveria também setores do próprio Partido dos Trabalhadores que já teriam pronto o argumento de culpar um eventual substituto de Dilma, que eventualmente ficar até as próximas eleições, pela crise.

Por fim, o professor defende uma “saída institucional” da crise, sem “salvadores da pátria, embora reconheça que “falta um líder político nesse país”.

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