Emocionados, pernambucanos prestam últimas homenagens a Eduardo Campos

  • 16/08/2014 18h32
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*FOTO EMBARGADA PARA O ESTADO DE PERNAMBUCO* RECIFE, PE – 16.08.2014: EDUARDO-CAMPOS – Pessoas se aglomeram em frente ao palácio Campo das Princesas, no centro do Recife, onde acontece o velório do corpo do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Além do presidenciável, mais seis pessoas morreram em acidente aéreo na cidade de Santos, no litoral sul de São Paulo. (Foto: Guga Matos/JC Imagem/Folhapress) Guga Matos/JC Imagem/Folhapress Fãs prestam homenagens a Eduardo Campos

Desde as primeiras horas do dia, dezenas de pessoas aos poucos se misturam a funcionários contratados pelo governo de Pernambuco para finalizar a estrutura onde será realizado o velório do ex-governador do estado Eduardo Campos, vítima de um acidente aéreo na última quarta-feira (13). Em meio ao som das ferramentas, expressões abatidas, consternação, incredulidade e lágrimas.

A relação de Eduardo Campos com o povo pernambucano, e em especial o recifense, fez da tragédia em Santos um luto coletivo. A dor das pessoas pode ser percebida em vários cantos da capital. Em meio a dezenas de coroas de flores espalhadas pelo Palácio do Campo das Princesas, onde os corpos de Campos e de três assessores dele serão velados à noite, os recifenses começaram a dar seu adeus.

Sem conter as lágrimas, a dona de casa Josefa Pessoa, 59 anos, andava de um lado para o outro em frente ao palácio do governo como se falasse sozinha. Com um cartaz repleto de fotos de Eduardo Campos, ela disse que a homenagem era uma forma de demonstrar gratidão. “Foi Eduardo quem deu a posse das nossas casas no meu bairro há pouco tempo. Ele era um homem muito bom. O acidente foi muito trágico, terrível.”

“A ficha ainda não caiu”, resumiu a aposentada Rosa Queiroz, 65 anos. Dizendo-se muito triste, contou que sua cidade, Carnaíba, no sertão de Pernambuco, era “praticamente fantasma” e “abandonada” até Campos assumir o governo do estado. “Ele levou escola, quadra, teatro, academia. Mudou tudo, tenho muita admiração por ele.”

Hipertensa, Rosa disse que a filha pediu que ela não fosse ao velório nem ao enterro para evitar problemas de saúde. “Ela estava preocupada porque tenho pressão alta, mas amanhã volto para o velório e vou ao enterro. Sei que a gente não vai conseguir chegar nem perto, mas quero estar presente. Só quem é daqui entende essa dor”, acrescentou, mostrando a bolsa com um comprimido para controlar a pressão.

Segurança de Eduardo Campos em viagens por Pernambuco, Marcelo Melo dos Santos preparou alguns cartazes com fotos e reportagens sobre a trajetória do ex-governador e afixou o material em uma das cercas da Praça República, que fica em frente ao Palácio do Campo das Princesas. “Ele era um homem trabalhador”, resumiu sem conseguir completar a frase e enxugando os olhos cheio de lágrimas.

Com um terço na mão e uma página de jornal com a foto de Eduardo Campos, o estudante Antonio Carlos Renovato fazia uma oração em frente à sede do governo pernambucano. “A gente do Recife está muito triste e essa é uma forma de agradecimento. Nunca pensei que ele pudesse viajar e não voltar. Que lá de cima, ele agora continue lembrando da gente.”

 

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