Empresas já doaram quase R$ 2,7 bilhões para combate ao coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 20/04/2020 08h57
Itaci Batista/Estadão Conteúdo Cédulas de R$50 colocadas em sequência Os valores computados pela ABCR não incluem as doações de produtos feitas pelas empresas nas últimas semanas, como álcool em gel e sabão

Em um mês, famílias e grandes empresas doaram quase R$ 2,7 bilhões para ajudar no combate ao coronavírus – valor equivalente ao orçamento mensal do Bolsa Família. Segundo o Monitor das Doações, atualizado diariamente pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), em uma semana o valor cresceu quase R$ 500 milhões, com a diversificação do destino.

Cerca de 70% do montante doado foi doado para financiar a área da saúde durante a pandemia. Entretanto, após os primeiros efeitos da paralisação das atividades econômicas, parte das doações também estão sendo destinadas a  comunidades carentes e como apoio a micro e pequenas empresas, diz o diretor executivo da ABCR, João Paulo Vergueiro. “Tem havido um aumento das doações com a finalidade de gerar renda para a população.”

Cerca de dois terços do volume doado vêm do sistema financeiro, em especial do Itaú, que doou cerca de R$ 1,2 bilhão. A lista consolidada pela ABCR tem 134 doadores e inclui, além das grandes empresas, nomes de alguns famosos como Galvão Bueno, Gisele Bündchen, Gustavo Lima, Luciano Huck, Neymar e Xuxa Meneghel. “Nunca vimos no Brasil uma mobilização tão grande como essa que está ocorrendo”, diz Vergueiro, explicando o motivo pelo qual começou a mapear as doações.

Apesar de a maior parte dos valores vir de empresas privadas, algumas estatais também anunciaram iniciativas. A BB Seguros, por exemplo, doou R$ 40 milhões para compra de alimentos e produtos de higiene e limpeza para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Segundo o presidente da instituição, Bernardo Rothe, as doações vão ocorrer por meio da Fundação Banco do Brasil, que tem maior proximidade com ONGs ligadas a comunidades carentes. Até semana passada, R$ 279 mil já tinham sido liberados e outros R$ 2 milhões aprovados.

Antes de liberar os recursos, a fundação precisa aprovar o projeto apresentado pela ONG. “Somos uma estatal, portanto tenho de cumprir uma série de regras do TCU (Tribunal de Contas da União)”, diz Rothe.

“Mas acreditamos que agora a liberação começa a ganhar velocidade”, completa Asclepius Ramatiz Lopes Soares, presidente da Fundação BB. Segundo ele, a ideia não é concentrar as doações, mas alcançar o maior número de pessoas possível.

A diversificação das doações também tem sido adotada pela família Menin, da MRV, Banco Inter e LOG CP. O grupo começou fazendo uma doação de R$ 10 milhões para comprar respiradores para o Estado de Minas Gerais e, com o apoio de outras companhias mineiras já somam agora R$ 130 milhões.

Outra iniciativa do conglomerado foi a doação de R$ 2,5 milhões em cestas básicas para populações carentes. As famílias recebem cartões com crédito de R$ 100 para fazer as compras.

Os valores computados pela ABCR não incluem as doações de produtos feitas pelas empresas nas últimas semanas, como álcool em gel e sabão. Algumas companhias, como a Ypê, se adaptaram para fabricar produtos que estavam em escassez no país.

Com a ajuda de parceiros, eles conseguiram desenvolver um espessante, que estava em falta para a produção.  A empresa tem matéria-prima para produzir 1,5 milhão de frascos, sendo que 1 milhão já foi distribuído. Além disso, em parceria com a Raízen, faz o envasamento de álcool 70% também para doação. Nesse caso, são 2 milhões de frascos doados.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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