Ex-advogado de Bolsonaro é alvo de queixa de injúria racial contra funcionária de pizzaria; ele nega

Frederick Wassef teria chamado uma atendente de uma unidade da Pizza Hut no Shopping Pier, no Distrito Federal, de ‘macaca’; segundo boletim de ocorrência, ele é conhecido por ofender funcionários

  • Por André Siqueira
  • 12/11/2020 12h08 - Atualizado em 12/11/2020 14h10
TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO Frederick-Wassef Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro

Uma atendente de uma pizzaria do Shopping Pier, no Distrito Federal, procurou a 1ª Delegacia de Polícia Civil, na Asa Sul, nesta quarta-feira, 11, para registrar uma queixa de injúria racial contra o ex-advogado do presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef. A funcionária de uma franquia da Pizza Hut afirma que foi chamada de “macaca” após Wassef dizer que a pizza não estava boa. O caso, revelado pela revista Veja e confirmado pela Jovem Pan, teria ocorrido na domingo, 8.

Segundo o boletim de ocorrência, Wassef é cliente frequente do estabelecimento e conhecido “por se tratar de uma pessoa arrogante e que destrata e ofende os funcionários”. A funcionária, que não teve a sua identidade revelada, afirma que o advogado já lhe dirigiu agressões verbais anteriormente, mais precisamente no mês de outubro, e que se sentiu “constrangida” e “muito humilhada”. A mulher disse aos policiais que, no domingo, 8, por volta das 21h, foi questionada por Frederick Wassef se ela havia comido a pizza. Diante da resposta negativa, o advogado teria dito em voz alta: “Você é uma macaca! Você come o que te derem”.

Frederick Wassef já representou o presidente Jair Bolsonaro e seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ex-assessor do parlamentar, Fabrício Queiroz foi preso em junho deste ano em um imóvel que pertence ao advogado, em Atibaia, no interior de São Paulo. Procurado pela Jovem Pan, o advogado afirmou, através de mensagem de texto, que “tudo o que foi dito pela funcionária do Pizza Hut são mentiras e calúnias” e que ele é “vítima de uma farsa e armação montada”.

“Sou vítima de denunciação caluniosa que foi organizada sob orientação de terceiros visando futura ação indenizatória para ganhar dinheiro através desta fraude arquitetada. Não chamei ninguém de macaco. A funcionaria não é negra e mentiu afirmando que eu a chamei de negra e por isto não queria ser atendido por ela. Foi fazer um boletim de ocorrência 3 dias após o fato narrado e levou fotógrafo para tirar sua foto na delegacia fazendo o B.O e divulgou para a imprensa imediatamente. Existem seguranças na porta do Pizza Hut e também a poucos metros ao lado da pizzaria, que ali ficam permanentemente para fazer o protocolo de Covid-19 na entrada do shopping. Se fosse verdade o que a funcionaria afirmou falsamente, teriam me prendido em flagrante e filmado com celulares. Outra mentira é que outros funcionários teriam testemunhado o narrado por ela. Ela estava sozinha no caixa e ninguém estava perto. Apenas parei no caixa para pagar a conta e fui embora. Vou comunicar a policia deste crime de denunciação caluniosa do qual fui vitima”, diz em nota.

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