Flávio Bolsonaro pagou R$ 638 mil para ‘lavar’ compra de imóveis, diz MP

  • Por Jovem Pan
  • 19/12/2019 13h05 - Atualizado em 19/12/2019 13h07
Fábio Motta/Estadão Conteúdo O MPRJ apurou, ainda, que um chefe de milícia recebia parte dos valores arrecadados na "rachadinha" do gabinete de Flávio

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) afirma, em relatório obtido pelo G1 nesta quinta-feira (19), que o senador Flávio Bolsonaro depositou R$ 638.400 em dinheiro vivo a um corretor para ocultar o dinheiro ganho com as “rachadinhas” em seu gabinete. Na prática, a “rachadinha” é a devolução de parte dos salários dos assessores a Flávio, que então era deputado estadual.

O depósito foi feito para comprar, de forma ilegal, dois imóveis em Copacabana. De acordo com as investigações, o valor foi depositado em 27 de novembro de 2012. Os imóveis, que pertenciam a investidores americano, foram vendidos em dezembro de 2014 por Flávio Bolsonaro, que declarou 292% de lucro na transação.

Miliciano ficava com parte de salários de ex-assessores de Flávio

O MP-RJ aponta, ainda, que o chefe da milícia de Rio das Pedras e ex-PM, Adriano Magalhães da Nóbrega, embolsava parte dos valores arrecadados na “rachadinha” que acontecia no gabinete de Flávio quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A Promotoria teve acesso a diálogos telefônicos entre Adriano e o ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz. Em um deles, de acordo com o MPRJ, Adriano pede que sua ex-esposa, Danielle Mendença da Costa, permaneça com o posto no gabinete do então deputado e admite que era beneficiado pelos recursos desviados por outros parentes, também com cargos na Alerj.

Adriano é tratado por Queiroz como “amigo”. Danielle, por sua vez, é tida como funcionária fantasma do gabinete de Flávio desde 2007.

Em outra conversa obtida pelo MPRJ, Danielle questiona se ainda tem algo a receber e responde “meu deus” quando Queiroz nega. Depois, ela questiona se poderia voltar a ter algum cargo no gabinete, e Queiroz afirma que “pode ser que sim”.

Entenda

O relatório faz pare da investigação que cumpriu, nesta quarta-feira (8), mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Queiroz e outros ex-funcionários de Flávio, incluindo nos de parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.