Flávio Bolsonaro vai faltar a depoimento no MP sobre relatório do Coaf que envolve Queiroz
Senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro (PSL) disse que não vai comparecer ao depoimento marcado pelo Ministério Público para esta quinta-feira (10). Ele foi chamado para prestar esclarecimentos sobre o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre atividades no gabinete que mantinha como deputado estadual.
O filho do presidente Jair Bolsonaro publicou nota no Facebook e justificou que não é investigado pela promotoria e ainda não teve acesso aos autos do procedimento. Segundo ele, só houve notificação para depor em 7 de janeiro. “Pedi agora uma cópia para que eu tome ciência de seu inteiro teor”, escreveu.
Entretanto, a assessoria de comunicação Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro já havia divulgado uma nota à imprensa, no dia 21 de dezembro, revelando que havia feito um pedido de oitiva com Flávio Bolsonaro para esta quinta-feira. O senador eleito reafirmou que pretende esclarecer o caso, mas só em uma nova data.
“Comprometo-me a agendar dia e horário para apresentar os esclarecimentos, devidamente fundamentados, para que não restem dúvidas sobre minha conduta”, escreveu Flávio na rede social. “Reafirmo que não posso ser responsabilizado por atos de terceiros, como parte da grande mídia tenta, a todo custo, induzir a opinião pública.”
Como não sou investigado, ainda não tive acesso aos autos, já que fui notificado do convite do MP/RJ apenas no dia…
Publicado por Flavio Bolsonaro em Quinta-feira, 10 de janeiro de 2019
Família Queiroz
Assim como o filho do presidente, familiares do ex-assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, Fabrício Queiroz, faltaram a depoimentos marcados para a última terça-feira (8). O próprio Queiroz, que está com câncer e passou por cirurgia, já faltou a duas oitivas marcadas pelo Ministério Público, mas deu entrevista a emissora de TV.
O ex-funcionário do filho do presidente Jair Bolsonaro foi apontado num relatório do Coaf por ter feito movimentações atípicas em conta bancária. O então assessor moveu R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2017. Da mesma conta, saíram R$ 24 mil depositados em uma conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Além de Fabrício, também foram citadas no relatório do Coaf as filhas Nathalia e Evelyn. As duas já atuaram no gabinete de Flávio Bolsonaro. Nathalia é citada em dois trechos do relatório. O documento não deixa claro os valores individuais das transferências entre ela e seu pai, mas mostra um valor total de R$ 84 mil.
Já a esposa de Queiroz, Marcia Oliveira Aguiar, outra contratada do gabinete, foi chamada para depor por também ter sido citada no relatório do Conselho. Queiroz justificou que “fazia dinheiro” com a compra e revenda de carros. A defesa do ex-assessor disse que vai apresentar documentos que comprovam essa afirmação.
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