‘Gabigol tratou policiais com arrogância’, afirma delegado Nico após ação em cassino em SP

Camarote do jogador custava R$ 1,5 mil apenas para acesso; funkeiro MC Gui também foi flagrado no espaço

  • Por Jovem Pan
  • 14/03/2021 12h30 - Atualizado em 14/03/2021 14h19
Nayra Halm/Estadão Conteúdo Gabigo comemora com a camisa do Flamengo Tanto jogos de azar quanto transgressão à normas sanitárias não configuram crimes, mas contravenções penais

O atleta do Flamengo, Gabriel Barbosa, também conhecido como Gabigol, foi arrogante com os policiais após ser flagrado em um cassino clandestino na madrugada deste domingo, 14, na Vila Olímpia, em São Paulo, de acordo com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, em entrevista exclusiva à Jovem Pan. O jogador chegou a ironizar que a força-tarefa, por conta do alto contingente, estaria causando aglomeração. “O atleta que deveria dar o exemplo. Ele pode contaminar colegas no treino, de outro time. O Gabigol não é uma pessoa humilde, que você tem diálogo. É uma pessoa que trata os policiais com uma certa arrogância. Ele se acha acima do bem e do mal por jogar futebol”, contou Nico ao jornalista Marcio Spimpolo.

Além do atleta, o funkeiro MC Gui também foi flagrado no espaço. O delegado Nico chamou a atenção para o quão luxuoso era o espaço. “No cassino clandestino tinha várias pessoas de nível AA, de porte. Era bem luxuoso. O camarote que o Gabigol estava custava R$ 1,5 mil só para entrar para jogar. Todo mundo bebendo, sem máscara, sem distanciamento. Não tinha uma janela mesmo sendo no 4º andar. Ainda várias pessoas ironizaram o trabalho da força-tarefa como se nós estivéssemos causando aglomeração e desdenharam do trabalho da polícia.”

De acordo com o delegado, a lei acaba sendo fraca para essas situações — já que tanto jogos de azar quanto transgressão à normas sanitárias não configuram crimes, mas contravenções penais. “Eles não ficam presos, mas respondem ao inquérito policial. Mesmo com mais de 200 pessoas, levamos 20 pessoas para a delegacia e qualificamos o restante. A casa foi lacrada e a prefeitura vai carregar todo o mobiliário para um galpão”, explicou. Nico negou que as ações estejam acontecendo de forma seletiva.

Ele lembrou uma operação feita durante a semana que fechou uma festa para 1,4 mil pessoas em Itapecerica da Serra e que a PM evitou dois pancadões no Paraisópolis ontem. Mas, para ele, os oficiais encontram dificuldades devido ao profissionalismo do crime. “Para comprar ingresso é uma gincana. Ele não traz o endereço, só é divulgado 1h30 antes da festa. Quando você chega ao local, eles esperam para ver se tem polícia e te levam para um outro lugar, que também ainda não é o da festa. Em cima do telhado tinha gente com binóculo.” Segundo o delegado, as festas clandestinas podem provocar uma “repetição da Boate Kiss” ou qualquer tragédia.

Veja a entrevista de Nico ao “Seleção Jovem Pan”:

 

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.