Globo é proibida de divulgar informações sobre o caso Marielle

  • Por Jovem Pan
  • 18/11/2018 10h58 - Atualizado em 18/11/2018 11h07
Arquivo/Guilherme Cunha/Alerj Marielle Franco A emissora afirmou que vai recorrer da ação por ferir "gravemente a liberdade de imprensa e o direito de o público se informar"

A pedido da Divisão de Homicídios da Capital (RJ) e do Ministério Público do Estado, a Rede Globo está proibida de divulgar informações do inquérito que investiga os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março – e há 8 meses sem resposta. A decisão foi do juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

A emissora, em nota divulgada pelos telejornais, disse que vai recorrer da ação por considerar a determinação “excessiva” e porque “fere gravemente a liberdade de imprensa e o direito de o público se informar”.

Segundo o site G1, da Globo, o juiz considerou em sua sentença que “o vazamento do conteúdo dos autos é deveras prejudicial, pois expõe dados pessoais das testemunhas, assim como prejudica o bom andamento das investigações, obstaculizando e retardando a elucidação dos crimes hediondos em análise”.

A decisão da justiça saiu apenas três dias depois de a emissora divulgar com exclusividade informações sigilosas retiradas de documentos da Polícia Civil. Foi noticiado, por exemplo, entre outros pontos, que havia três pessoas dentro do carro de onde partiram os tiros que mataram Marielle e seu motorista. Até então, estava sendo divulgado que havia apenas duas pessoas no veículo: o motorista e o atirador.

“A TV Globo, evidentemente, vai cumprir a decisão judicial. Mas, por considerá-la excessiva, vai recorrer da decisão, porque ela fere gravemente a liberdade de imprensa e o direito de o público se informar, especialmente, quando se leva em conta que o crime investigado no inquérito é de alto interesse público, no Brasil e no exterior”, afirmou a emissora. E completou dizendo que pretende assegurar o “direito constitucional do público de se informar sobre eventuais falhas do inquérito que, em oito meses, não conseguiu avançar na elucidação dos bárbaros assassinatos da vereadora Marielle e do motorista Anderson”.

Com a decisão da justiça, fica proibida a divulgação de declarações feitas por testemunhas a policiais civis da Delegacia de Homicídios, mesmo sem a identificação dos envolvidos, impedido de divulgar técnicas e procedimentos sigilosos usados na investigação, assim como fica vedado qualquer conteúdo retirado da investigação, o que inclui imagens, áudios e mensagens.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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