Gol foi a única a registrar aumento tarifário em 2017, diz Anac

  • Por Estadão Conteúdo
  • 21/03/2018 13h15
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Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas A tarifa média cobrada pela empresa atingiu R$ 347,34 no ano passado, 6,6% acima do verificado em 2016

De acordo com o relatório de tarifas aéreas domésticas publicado nesta quarta-feira, 21, pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Gol foi a única companhia aérea entre as quatro maiores do País a mostrar aumento tarifário em 2017. A tarifa média cobrada pela empresa atingiu R$ 347,34 no ano passado, 6,6% acima do verificado em 2016, segundo dados da agência reguladora.

Quanto às outras aéreas, a tarifa média real mostrou redução ante 2016 na Avianca (-0,3%, para R$ 358,78), na Azul (-2,2%, para R$ 412,23) e na Latam (-7,3%, para R$ 316,17).

As empresas apresentaram comportamento similar ao visto nas tarifas em outro indicador do setor: o preço do quilômetro pago por passageiro (ou yield tarifa aérea média). Em 2017, houve redução do yield na Avianca (-0,1%), na Azul (-6,7%) e na Latam (-9,4%), enquanto a Gol mostrou alta (+2,4%)

Na análise por trimestre, a Anac observou uma “significativa diferença” na variação de preços nas quatro principais empresas em 2017 em relação a 2016. Avianca, Azul e Gol tiveram trimestres de elevação e retração dos preços, enquanto a Latam registrou queda em todos os quatro trimestres, aponta a agência.

Tarifa média

A tarifa aérea no mercado doméstico atingiu R$ 357,16, em média, no ano de 2017, considerando os valores em termos reais (atualizados pela inflação), informou a Anac. Esse valor representou uma queda de 0,6% em relação a 2016 e alcançou o menor nível da série histórica, iniciada em 2011.

De acordo com a Anac, ao longo de 2017, 52,9% das passagens aéreas efetivamente vendidas foram comercializadas abaixo de R$ 300,00, sendo que, desse total, 6,6% foram vendidas abaixo de R$ 100,00. A agência destaca ainda que apenas 0,7% do total foi vendido a preços superior a R$ 1.500,00.

Em nota, a Anac ressalta que a tarifa média manteve a trajetória de queda apesar do aumento da demanda por transporte aéreo doméstico (medida em passageiros quilômetros pagos transportados, ou RPK), movimento que tende a pressionar os preços para cima.

Sobre os fatores que impactaram os preços das passagens no ano passado, a agência cita a alta dos preços do querosene de aviação (QAV). “No primeiro semestre do ano passado, o valor médio do litro do QAV oscilou entre R$ 1,51 e R$ 1,60, atingindo R$ 1,81 no final do ano, tendo permanecido até 24% acima dos valores médios praticados em 2016”. Com relação ao dólar, a Anac afirma que a cotação subiu de R$ 3,20 em janeiro para R$ 3,29 em dezembro.

Já o yield tarifa aérea médio atingiu R$ 0,308 no mercado doméstico em 2017, considerando dados deflacionados. Esse valor também atingiu o menor patamar desde o início da série histórica e correspondeu a uma queda de 3,1% em relação a 2016.

Bagagem

A Anac reafirmou que, embora o valor médio da tarifa aérea tenha caído em 2017, ainda não é possível relacionar esse resultado à Resolução nº 400, que desregulamentou a franquia de bagagem despachada em voos domésticos e internacionais no País.

“A constatação das causas que levam a variações nos preços das passagens aéreas, como a desregulamentação da franquia de bagagem, exige uma série temporal robusta de dados que permita isolar e analisar os impactos de todas as variáveis envolvidas”, diz, em nota.

A agência lembra ainda que a oscilação dos preços das tarifas aéreas reflete uma série de fatores, como os custos das companhias, a distância de rota, a sazonalidade e o comportamento da demanda, entre outros. “As bagagens transportadas são apenas um dos itens que compõem os custos de um bilhete aéreo e, por consequência, o seu preço”.

Embora seus efeitos ainda não sejam claros, a Resolução nº 400 inclui uma cláusula que obriga a Anac a avaliar a eficácia da norma e os resultados alcançados, destaca a agência.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada no último domingo, contudo mostrou o seguinte levantamento: entre as dez rotas mais movimentadas do Brasil, seis tiveram aumento ou estabilidade no preço médio pago pelos consumidores e quatro ficaram mais baratas nos primeiros meses da nova regra de cobrança da bagagem.

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