Governo destrói infraestrutura ligada ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami

Segundo o balanço, 180 pistas de pouso clandestinas foram identificadas, quatro aeronaves, destruídas, e 38,4 mil litros de óleo diesel mais 6,6 mil litros de gasolina de aviação foram inutilizados

  • Por Jovem Pan
  • 12/04/2024 20h00 - Atualizado em 12/04/2024 20h03
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Divulgação/Governo Federal Garimpo Ilegal na Terra Indígena Yanomami Foram destruídos, ainda, 200 motores, 36 geradores de energia e 49 acampamentos que integravam a infraestrutura utilizada por garimpeiros

O governo brasileiro anunciou nesta sexta-feira (12) que identificou 180 pistas de pouso clandestinas e destruiu quatro aeronaves ligadas ao garimpo ilegal por transporte aéreo na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Além disso, foram destruídos 200 motores, 36 geradores de energia e 49 acampamentos que integravam a infraestrutura utilizada por garimpeiros ilegais. O cerco aos garimpeiros ilegais foi iniciado em 4 de março e intensificado com esta megaoperação em conjunto com as Forças Armadas, que já envolve uma equipe de 343 pessoas, a maior parte de militares. Foram inutilizados 38,4 mil litros de óleo diesel e 6,6 mil litros de gasolina de aviação, combustíveis que seriam usados pelo garimpo ilegal, segundo levantamento da operação Catrimani II, das Forças Armadas, com a coordenação da Casa de Governo, em Boa Vista (RR). “A peça-chave é o combate à logística arquitetada pelos criminosos para acessarem as riquezas da maior terra indígena do Brasil, situada na Amazônia”, informou nota da operação.

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A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) realizou a fiscalização de nove pontos de abastecimento e 15 postos revendedores de combustíveis, aplicando 19 autos de infração, três autos de interdição e 26 notificações. O piloto de um helicóptero destruído pelo Exército foi preso e a Justiça Federal manteve a prisão. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) fiscalizou 121 aeronaves, com duas apreensões.

A outra forma possível de se acessar o território é por meio fluvial, que despende muito mais horas de trajeto. Desta forma, foram destruídas 12 balsas e a apreendidas outras três. De acordo com o diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, responsável pela articulação dos órgãos federais envolvidos, os resultados alcançados em 2024 mostram um trabalho articulado, planejado e coordenado. “A determinação do presidente Lula é que o Estado assegure a paz e a proteção dos yanomami. Seguimos com o compromisso de cuidar das comunidades indígenas, preservar o meio ambiente, a Amazônia e a Terra Yanomami”, afirmou.

Mercúrio e cassiterita

Além de ouro, os garimpeiros ilegais miram a retirada de cassiterita do solo indígena. Com grande aproveitamento na indústria, trata-se de um valioso produto no mercado internacional. A força-tarefa federal apreendeu 7,3 mil quilos de cassiterita no período. A comunicação entre os criminosos também foi dificultada a partir da apreensão de 24 antenas Starlink, meio muito usado em locais isolados, como a Terra Indígena Yanomami.

Na última semana, a Polícia Federal (PF) apreendeu mais de 114 quilos de mercúrio na fronteira entre o Brasil e a Guiana. Uma operação que tirou do garimpo ilegal uma grande quantidade do elemento amplamente utilizado para separar o ouro da lama e de outros resíduos. O mercúrio esparramado pelo garimpo ilegal é devastador para o meio ambiente, pode contaminar peixes e é uma forte ameaça à saúde das comunidades Yanomami.

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