Governo do Amazonas confirma mais 40 mortes em presídios em Manaus
Um dia após 15 detentos terem sido assassinados no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no Amazonas, o governo confirmou, nesta segunda-feira (27), que mais 40 pessoas foram encontradas mortas dentro de celas de três estabelecimentos prisionais do estado, de acordo com informações do portal G1. A identidade das vítimas ainda não foi confirmada.
Por causa do massacre, o governo Jair Bolsonaro decidiu enviar um reforço de segurança ao Amazonas. O governo não detalhou quantos agentes federais enviará para o Estado.
Segundo a secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap), as mortes ocorreram por enforcamento no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), com 25 assassinatos, na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), com seis, no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM I), com cinco, e no Compaj, com quatro, todos localizados em Manaus (AM).
Um inquérito será aberto para investigar os homicídios.
Chacina em Manaus
Neste domingo, 15 detentos morreram devido a uma briga que ocorreu na penitenciária Anísio Jobim, em Manaus, vítimas de ataques com escovas de dentes e “mata-leão”. A chacina ocorreu em horário de visita de familiares.
O secretário de Administração Penitenciária do Amazonas, Marcus Vinícius de Almeida, revelou que as mortes ocorreram por perfurações e asfixia. “A gente identificou alguns estoques pequenos e, por incrível que pareça, eram escovas de dentes. Eles raspam”, explicou, revelando a origem do objeto pontiagudo.
A secretaria abriu investigação para identificar os presos envolvidos nos crimes, através das câmeras internas. Não houve fugas nem reféns, segundo o secretário, que anunciou a suspensão das visitas como uma das medidas administrativas de segurança.
“Quanto a evitar 100% que uma morte acontecesse, nós temos que ter a maturidade de entender que, em qualquer prisão do mundo, quando se quer matar, infelizmente vai se matar, como mataram. Mataram enforcados. Alguns com ‘mata-leão’. Então, isso o Estado não tem como evitar”, declarou Almeida.
A Seap confirmou que todos os mortos foram identificados e seus corpos, liberados para as famílias. Em função do ocorrido ontem, a secretaria aplicou uma série de medidas administrativas em todas as unidades prisionais do estado, entre elas, a suspensão das visitas.
O defensor público-geral do Amazonas, Rafael Barbosa, disse que a suspensão visa a garantir a integridade dos presos e de seus parentes. Ele afirmou que a principal suspeita das autoridades estaduais é que a disputa esteja ligada a facções criminosas.
“Acho bem prudente a conduta da secretaria de evitar [as visitas], pelo menos por enquanto. Até que as investigações sejam finalizadas e saibamos o que de fato aconteceu”, disse.
Na avaliação dele, vai ser difícil que o estado retome o controle dos presídios. “As facções criminosas realmente já se ramificaram e tem um poder muito forte.”
* Com informações da Agência Brasil
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