Governo vê sinais de melhora da economia
Equipe econômica mantém previsão de queda do PIB em 4,7% para este ano; indicadores de consumo de energia e gastos com cartão mostram que reação começou no fim de maio
O governo federal afirmou que a economia já apresenta sinais de melhoras da crise causada pela Covid-19 e manteve a projeção de queda do Produto Interno Bruto (PIB) para 4,7% em 2020. Para o ano que vem, a estimativa de crescimento é de 3,2%. Segundo relatório da Secretaria de Política Econômica (SPE), o aumento de indicadores de alta frequência, como consumo de energia e transações de cartão de crédito, apontam a retomada das atividades econômicas do país desde o fim de maio. O afrouxamento das medidas restritivas de isolamento social e a liberação gradual de atividades no comércio e serviços devem contribuir para o fortalecimento da retomada. “Para esse ano, ainda teremos um crescimento negativo, mas muito melhor do que foi colocado pelo mercado meses atrás”, disse o subsecretário de política fiscal da SPE, Erik Alencar de Figueiredo.
O Boletim Focus, relatório semanal que reúne a estimativa de entidades e analistas financeiros, divulgou nesta segunda-feira, 20, que a economia deve encolher 5,9%. Na semana anterior, o colegiado estimava a queda de 6,1%. No dia 16, o banco suíço UBS revisou a previsão de queda da economia brasileira para 5,5%, ante a projeção de 7,5% divulgada em maio. O BTG Pactual também revisou a sua previsão de retração de 7% para 6%. As entidades citam as medidas de estímulo apresentadas pelo Ministério da Economia, como o auxílio emergencial de R$ 600 e a redução de juros, como indicadores para uma queda menos severa. O Fundo Monetário Internacional (FMI), porém, mantém sua expectativa de redução de 9,1% do PIB neste ano. “A SPE sempre apresentou previsões mais duras que o mercado, mas com o passar do meses nós revemos as nossas expectativas, enquanto o mercado piorou as deles. Agora as opiniões deles convergem com a nossa posição”, afirmou Figueiredo.
A economia brasileira cresceu 1,3% em maio, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado na semana passada. O número é visto pelo mercado financeiro como uma prévia do PIB. Para analistas financeiros, a recuperação ante a queda histórica de 9,45% no mês de abril – o pior resultado desde o início da série histórica, em 2003 – mostra que o período mais grave da crise causada pelo novo coronavírus foi superado, mas que a retomada do crescimento pode levar mais tempo do que o esperado.
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