‘Pareceu uma eternidade’, diz vocalista do Grupo Aglomerou sobre tiroteio
Segundo João Victor, a banda ‘se preparou durante meses’ para fazer a live solidária, interrompida por uma operação policial
“Foi bem rápido, mas pareceu uma eternidade”, afirmou o vocalista do Grupo Aglomerou, João Victor, sobre o tiroteio que causou a interrupção da live feita pela banda neste domingo, 26, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Em entrevista exclusiva ao Jovem Pan Agora nesta segunda-feira, 27, o cantor disse que o grupo se preparou “durante meses”, mas que a apresentação “acabou muito rápido”. “Foi bem tenso, estávamos há muito tempo planejando essa live, buscando parceiros, juntando o ‘dinheirinho’ que tínhamos em caixa para poder arrecadar alimentos e fazer o bem.”
A operação policial tinha como alvo a casa vizinha de onde acontecia a gravação, e invadiu o espaço para acessar a outra propriedade. Fortemente armados, policiais surgiram correndo durante o show, enquanto um helicóptero sobrevoava o local, obrigando os artistas a deixarem os instrumentos às pressas e muito assustados para se protegerem dos tiros. “Não entendemos nada. Começamos a ouvir os policiais falando ‘deita, deita, deita’, e no primeiro disparo nos tocamos. Estávamos em choque e aterrorizados, foi um ‘corre corre’, pessoas se escondendo no banheiro”, relatou João Victor.
Segundo ele, havia cerca de 20 pessoas na casa, entre músicos e profissionais da produção. Na hora do tiroteio, “todos só tentaram correr”, mas quando viram que a situação tinha se acalmado, começaram a perguntar uns pelos outros. “Teve um menino da produção que passou mal, tivemos que acalmar ele”, disse o vocalista. De acordo com ele, logo que os policiais entraram, algumas pessoas falaram que o criminoso estava na casa ao lado, e os agentes deram seguimento à operação. “A gente correu um sério risco. Estávamos no lugar errado, na hora errada”, afirmou.
Como quase todos os artistas brasileiros, o Grupo Aglomerou também está com dificuldades de se manter em decorrência da pandemia da Covid-19. João Victor contou que “praticamente todos vivem diretamente da música” e, mesmo com problemas financeiros, “queriam fazer uma live solidária e ajudar o próximo”. “Perdemos o pouco que investimos, não pudemos arrecadar alimentos, que era o principal”, disse. O vocalista contou, no entanto, que a repercussão do caso “está muito boa” e que vários artistas se solidarizaram com o grupo. “É surreal. Estamos até agora sem ter noção da grandiosidade da coisa”, afirmou. A banda vai fazer outra live no próximo dia 2, às 15h, em seu canal no Youtube.
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