Homens armados, carros queimados e Exército nas ruas: O que se sabe sobre o assalto em Guarapuava (PR)

Empresa de transportes foi alvo de uma ação de um grupo de criminosos; caso assemelha-se ao de outros roubos realizados em Araçatuba-SP e Criciúma-SC

  • Por Jovem Pan
  • 18/04/2022 15h37 - Atualizado em 18/04/2022 19h30
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Reprodução/Twitter/@wagnerr_leao_ Guarapuava Criminosos atearam fogo em carros e caminhões para fechar as entradas da cidade e dificultar a ação dos policiais

Moradores da região de Guarapuava, cidade localizada a 250 quilômetros de Curitiba, no Paraná, viveram uma tensa madrugada nesta segunda-feira, 18. Um grupo com mais de 30 criminosos com armas de grande calibre tentaram assaltar uma empresa que realizam transporte de valores. Dois policiais ficaram feridos durante a ação e um deles encontra-se na UTI. Um morador foi atingido por um tiro, porém, não corre risco de vida.

Atuação

Em coletiva de imprensa realizada pela Polícia Militar do Paraná, a instituição informou que o grupo de criminosos encontrava-se distribuído em oito veículos e cinco destes eram carros blindados. Os ladrões utilizavam três armas de calibre .50; um fuzil de calibre 7,62; quatro armas de calibre 5,56; uma espingarda de calibre .12; uma pistola de calibre 9mm; um carregador de fuzil AK-47; 163 munições de calibres 7,62 e 5,56; R$ 1,4 mil em espécie; dois coletes e quatro capacetes balísticos; kits de primeiros socorros; facas, celulares e mochilas com roupas, remédios e itens de higiene foram apreendidos até as 16h por policiais.

Carros para fuga foram localizados na zona rural da cidade. Durante a investida, os criminosos fizeram moradores de reféns e fecharam os acessos de entrada na cidade. Ligações com crimes falsos foram realizados, durante a ação, para despistar as ações da polícia. Após a identificação do crime que ocorria próximo à sede da empresa Proforte, cerca de 200 agentes foram mobilizados para a reação policial, que também envolveu três helicópteros.

No momento em que o grupo tentou invadir a empresa, não haviam trabalhadores no interior da transportadora. O Exército utilizou um blindado para assegurar que as instalações militares seriam resguardadas. Peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Científica serão enviados ao local para realizar a análise dos carros, munições, armas e demais vestígios deixados para trás pelos assaltantes.

Autoridades se pronunciam

Em pronunciamento na página da prefeitura de Guarapuava, o prefeito Celso Goes (Cidadania) alegou que as últimas horas foram um “terror” para os munícipes. “Os pais já podem levar seus filhos para escola. Foi muito tenso, houve muitas rajadas de metralhadora, tiros e não estamos acostumados com isso. Ficamos apavorados”, alegou. O tenente-coronel Joas Lins, comandante do batalhão da Polícia Militar local, afirmou que Guarapuava pode ter sido escolhido devido a quantidade de acessos a diferentes rodovias e pela quantidade de dinheiro em espécie que a empresa de transportes possui em sua base. “A situação agora está normal, e a cidade está pacificada”, informou.

Hudson Leôncio Teixeira, coronel e comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, afirmou em nota que “os indivíduos tentaram acessar os cofres [da empresa de transportes de valores], mas não conseguiram” e, em seguida, “fizeram disparos contra nossos policiais” e “abandonaram veículos e armamento”. O secretário de Segurança Pública do Paraná, Coronel Romulo Marinho Soares, explicou que os criminosos “atearam fogo, tentaram bloquear a saída do batalhão com o intuito de chegar à empresa de valores, mas como era feriado de Páscoa o nosso pessoal estava fora fazendo ronda, e os policiais perceberam a movimentação”.

De acordo com o político, “há reforços e policiamento nas áreas rurais” e que foram encontrados dinamites nas proximidades da região. “Iremos ficar pelos próximos quatro dias na área rural, para tentar neutralizar, alguém pode estar ferido e podemos chegar até os mandantes por essa pessoa e tentar descobrir de onde eles vieram”, disse Romulo.

Feridos

Ao menos três pessoas foram atingidas por disparos, sendo um civil e dois policiais militares. Os agentes de segurança são os cabos Ricieri Chagas, que encontra-se internado em uma Unidade de Terapia Intensiva, e José Douglas Bonato, que fraturou a perna e não corre risco de vida. Segundo Romulo Soares, secretário de Segurança Pública, há a possibilidade de que outros criminosos estejam feridos devido a presença de sangue nos veículos abandonados pelo grupo.

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