Imunidade baixa, empatia e prevenção: Parcela da população segue usando máscara mesmo com melhora do quadro de Covid-19 no Brasil

‘Depois que comecei a usar máscara, nunca mais tive rinite ou coisa do tipo. Minha qualidade de vida também melhorou bastante’, disse à Jovem Pan o engenheiro Vanderlei Estevão

  • Por Lucas Lima
  • 15/10/2022 16h00
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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO pessoas na rua usando máscara Uso de máscara no transporte público de São Paulo virou opcional

Imunidade baixa, empatia, prevenção e medo de transmissão e contágio. Esses são os principais relatos das pessoas que não abandonaram o uso das máscaras de proteção, mesmo após o avanço da vacinação e o arrefecimento dos números da Covid-19 no Brasil. Pesquisa realizada pelo Instituto FSB, a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que uma em cada três pessoas não usam máscaras em nenhum local no Brasil. O levantamento, divulgado no fim de agosto, revela que, de abril a julho, o percentual de brasileiros que deixaram de usar a proteção quase dobrou: de 17% para 32%. Por outro lado, as pessoas que continuam com o hábito, adotado após o surgimento da pandemia do novo coronavírus, seguem principalmente em ambientes fechados. No mesmo período, o índice de pessoas que usam máscara em locais fechados manteve-se estável (oscilação de 53% para 52%). Já em relação aos que usam a proteção tanto em locais fechados quanto abertos caiu de 29% para 16%. O estudante Leonardo Henrique Boy de Oliveira diz que utiliza o acessório em ambientes abertos e fechados. O motivo, segundo ele, é para evitar que o vírus chegue a um familiar. “Uso máscara em todos os lugares. Tenho um familiar passando por tratamento imunossupressivo, quimioterapia. Também uso em supermercados”, comentou em entrevista ao site da Jovem Pan.

Outro dado que a pesquisa traz é sobre o uso de máscaras no transporte público. Embora não haja mais obrigatoriedade, 55% das pessoas continuam usando o equipamento de proteção. Esse é o caso da estudante de Direito Milene Lehn. Ela conta que também usa máscara em unidades de saúde, como o hospital. “Uso apenas no trem e em hospital ou clínica, que ainda é obrigatório. No trem uso mais devido a aglomeração de pessoas”, inicia. Por outro lado, a estudante diz que não utiliza a proteção facial quando sai à noite, como em baladas e bares. “Medo não é. É que o trem traz uma sensação de muita sujeira, de vírus, de falta de higiene, fora o mal odor”, acrescenta. Outra boa adesão da máscara foi registrada em supermercados, onde 49% dos entrevistados confirmaram usar o acessório. O engenheiro Vanderlei Estevão comentou que usa máscara em qualquer tipo de lugar, até mesmo em casa e próximo dos parentes. Segundo ele, além de ser recomendado, o uso da proteção facial o ajudou com outros problemas de saúde causados por imunidade baixa. “Uso por vários motivos. Primeiro, por recomendação, porque até então a pandemia não foi decretada como finalizada. Caso as pessoas tivessem usando máscara, acredito que já teríamos passado essa fase muito mais rápido. Outra questão é que sempre tive problemas respiratórios e alérgicos. Depois que comecei a usar máscara, nunca mais tive rinite ou qualquer coisa desse tipo. Minha qualidade de vida também melhorou bastante. Então, utilizar virou regra para mim. Uso no transporte público, nas casas de parentes, até mesmo em casa e na academia. Acostumei. Quando não estou com máscara sinto que tem algo diferente”, afirmou à reportagem da Jovem Pan.

Em relação aos locais que a população menos usa máscaras, 75% dos entrevistados disseram que dispensam a proteção em encontros com amigos e familiares. A utilização também é dispensada em comércios, como o de rua (34%) e shopping centers (33%). Já no ambiente de trabalho, segundo o levantamento da FSB, 31% continuam usando. Desde o início da pandemia a CNI realiza pesquisa sobre a situação da pandemia no Brasil. De acordo com o órgão, neste levantamento foram entrevistados presencialmente, de 23 a 26 de julho, 2.008 cidadãos nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

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