Instituto Butantan e Fiocruz ainda não enviaram todos documentos solicitados pela Anvisa

Expectativa é de que a agência divulgue o resultado da análise de uso emergencial das vacinas no domingo; prazo, porém, poderá sofrer alterações com atraso na entrega dos dados por parte dos laboratórios

  • Por Jovem Pan
  • 14/01/2021 16h41 - Atualizado em 14/01/2021 17h20
FREDERICO BRASIL/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 11/01/2021 Fachada da agência reguladora Instituto Butantan e a Fiocruz enviaram pedidos de uso emergencial de vacinas contra a Covid-19 à Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou nesta quinta-feira, 14, ofícios ao Instituto Butantan e à Fiocruz solicitando documentos para dar prosseguimento à análise do pedido de uso emergencial das vacinas. A Anvisa pediu para que os dados faltantes sejam enviados ainda nesta quinta. A agência prevê divulgar o resultado das análises no domingo, 17, mas o prazo, porém, poderá sofrer modificações caso haja atraso na entrega dos dados por parte dos laboratórios. Na última sexta-feira, 8, o Instituto Butantan enviou o pedido de uso emergencial da CoronaVac, vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e o Butantan. No dia seguinte, a agência enviou ofício ao instituto alegando falta de dados e pedindo os documentos necessários para a análise estatística. “Foi reiterada ao instituto a necessidade de envio dos dados faltantes e complementares solicitados após a etapa de triagem inicial feita pela agência. Esses dados ausentes já haviam sido solicitados”, diz nota da Anvisa.

Segundo a agência, uma parte dos dados em relação ao estudo de imunogenicidade foram enviados na quarta-fera, 13, pelo Butantan. “A agência recebeu, também na noite de ontem, um comunicado em que o Instituto Butantan afirma que solicitou à empresa internacional [Sinovac], parceira no desenvolvimento da vacina, que enviasse as informações com a maior brevidade possível. O Butantan informou ainda que acredita que muitos dos questionamentos restantes serão atendidos com o envio dessas informações adicionais”, afirma nota. A agência informa que o Butantan assegurou que as informações seriam enviadas até a sexta-feira, 15. À Fiocruz, foram solicitados dados de comparabilidade, estabilidade e transporte da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca. “Os dados complementares foram solicitados após a etapa de triagem inicial da Anvisa e no decorrer das análises da equipe técnica da agência.”

A Anvisa ressaltou que os documentos são “essenciais” e que o prazo de dez dias para a análise não considera o tempo em que a agência aguarda as informações necessárias por parte dos laboratórios. “As documentações técnicas faltantes e incompletas comprometem análise e o tempo de decisão da agência”, diz. Segundo o painel da Anvisa, 40,92% dos documentos da CoronaVac já foram analisados. Outros 29,32% estão em análise enquanto 29,76% estão com informações faltando. No caso da vacina da Fiocruz, 32,6% dos documentos tiveram análise concluída. Cerca de 36,11% estão em análise e 31,29% estão “pendentes de complementação”. Nesta quinta-feira, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse a prefeitos que pretende iniciar a vacinação contra Covid-19 ainda na próxima semana. A data divulgada foi 20 de janeiro, mas o início deverá ser adiado em um dia em virtude do atraso no voo que vai até à Índia buscar doses da vacina de Oxford/AstraZeneca. 

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