Interferência de Bolsonaro na PF está ‘oficializada’, diz Witzel

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2020 10h41 - Atualizado em 26/05/2020 10h48
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DHAVID NORMANDO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Governo afastado do Rio de Janeiro Witzel já havia comentado que "não se sente seguro" com possíveis interferências do presidente na PF

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, alvo operações da Polícia Federal nesta terça-feira, afirmou que as ações da PF comprovam a interferência do presidente Jair Bolsonaro no órgão. “A interferência anunciada pelo presidente da República está devidamente oficializada”, disse, em nota, o mandatário fluminense.

Witzel foi alvo da operação Placebo, que cumpriu 12 mandados nesta terça. A ação inclui buscas no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, em sua casa pessoal, no escritório de advocacia de sua mulher, Helena Witzel, e no Palácio Guanabara. O foco são desvios em contratos na Saúde durante a pandemia da Covid-19.

A declaração do governador foi feita em um contexto em que a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), por exemplo, deu a entender que sabia que a PF preparava operações contra governadores.

“Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará”, apontou Witzel.

Ele nega que tenha qualquer envolvimento com os atos de corrupção. “Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal”, alegou.

“Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro.”

Em entrevista ao Estadão no final de abril, Witzel já havia comentado que “não se sente seguro” com possíveis interferências do presidente na PF.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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