Indignado com soltura, irmão de Sara Winter diz que prisão foi ‘totalmente arquitetada’
Sara Giromini é líder do movimento ‘300 do Brasil’ e estava presa desde a última segunda-feira (15); ela foi solta nesta quarta por decisão do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes
Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, foi liberada da Penitenciária Feminina do Distrito Federal durante a noite desta quarta-feira (24). A substituição da prisão por medidas cautelares foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e estabelece a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica. Sara foi detida pela Polícia Federal no dia 15, após uma decisão de Moraes. O pedido de prisão foi realizado no âmbito do inquérito que investiga a realização de atos antidemocráticos e de crimes contra a Lei de Segurança Nacional, que está sob relatoria do ministro.
A ativista é líder do movimento “300 do Brasil”, autodefinido como uma militância organizada de direita, responsável por um acampamento que reunia cerca de 30 pessoas em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), montado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no início de maio e desmobilizado no último final de semana a pedido do Ministério Público do Distrito Federal, que tratou o grupo como milícia armada – o que é proibido pela Constituição.
“A prisão foi toda arquitetada, ela entrou na cadeia sabendo que sairia em menos de 10 dias sendo chamada de presa política”, afirmou Diego Giromini, irmão de Sara, em entrevista exclusiva à Jovem Pan. O ex-atleta de MMA enfatiza que a ativista deixa a prisão fortalecida e com maior visibilidade para alcançar seu próximo objetivo, o cargo de deputada federal. “Estou indignado com a soltura. Afinal, ela conseguiu o que queria: ficar mais famosa para as eleições de 2022. Essa garota não pode viver em sociedade”, diz.
“Desde a pré-adolescência, desde os 14 anos, toda a vida da Sara é arquitetada. Ela já mudou de lado muitas vezes para conquistar o que quer. Ela me disse que mudou para a direita porque percebeu que seus planos não dariam certo na esquerda. Se for preciso, deixará para trás os 300 do Brasil porque é movida por fama, dinheiro e poder”, conta.
Histórico de Sara
A ativista do grupo de direita carrega um extenso passado de militância. Sara foi líder do grupo feminista Femen no Brasil, no qual permaneceu até 2012 quando foi expulsa por, supostamente, desviar R$ 79.000. Em 2013, fundou seu próprio movimento feminista, o BastardXs. A partir de 2015, adotou posições políticas ligadas à direita e ao conservadorismo e começou a militar contra as pautas que antes defendia, como o feminismo e a legalização do aborto. Apesar de perder as eleições, Sara Geromini entrou definitivamente para o cenário político ao se lançar deputada federal pelo Democratas do Rio de Janeiro, em 2018. No último ano, foi coordenadora de políticas à maternidade no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
“Não importa o lado que está. Ela está pouco se lixando para o Governo e para o Bolsonaro, ela só quer fama. Se amanhã o Lula estiver no poder, ela vai fazer parceria com ele porque é assim mesmo, só pensa no próprio umbigo”, afirma o irmão. Diego reforça que as aspirações de Sara Winter para o futuro não se limitam a chefiar os 300 do Brasil ou se tornar deputada federal. “Cada vez desejará cargos maiores. Desde os 18 anos ela fala que será presidente do Brasil”, conclui.
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