Itamaraty desloca diplomatas até fronteira entre Egito e Gaza para dar suporte a brasileiros 

Grupo de 32 pessoas aguarda para ser repatriado para o Brasil; governo também disponibilizou acompanhamento psicológico

  • Por Jovem Pan
  • 15/10/2023 21h03
SAID KHATIB / AFP fronteira gaza e egito Portões fechados da passagem de fronteira de Rafah com o Egito

A Embaixada do Brasil no Egito deslocou para a Ismaília, Norte do país, cerca de 250 km de Rafah, fronteira entre Egito e Gaza, diplomatas para dar suporte para os brasileiros que estão na região e aguardam para serem repatriados. Ainda não há previsão de quando o grupo de 32 pessoas vão conseguir cruzar a fronteira e embarcar no avião presidencial que aguarda desde sexta-feira, 13, autorização para pousar no Egito e resgatar os brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Esses diplomatas têm como função auxiliar nas negociações para abertura das fronteiras. Em nota publicada na noite deste domingo, 15, o governo brasileiro informou que o grupo que aguarda repatriação permanece abrigado nas cidades de Rafah e Khan Yunis, em Gaza, aguardando autorização do governo egípcio para cruzar a fronteira e poder se deslocar até o aeroporto do Cairo, de onde serão trazidos para o Brasil no avião VC-2 da Presidência da República, que tem capacidade para transportar até 40 passageiros.

Desde semana passada o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, negociam a abertura da fronteira para poder resgatar o grupo. No sábado, o petista conversou com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, e Abdel Fattah al-Sisi, presidente do Egito, para tentar acelerar o processo. Das 32 pessoas que aguardam resgate, 16 (quatro homens, quatro mulheres e oito crianças) foram deslocadas para Rafah, onde passaram a noite em um imóvel alugado pelo Itamaraty. Elas estavam na Cidade de Gaza, onde se abrigaram em uma escola — a Rosary Sisters School, que fica na periferia da capital, ao sul — durante os primeiros dias da ofensiva de Israel. As outras 16 pessoas (dois homens, cinco mulheres e nove crianças) são moradoras de Khan Yunis e aguardam a liberação em suas casas. A cidade fica a poucos quilômetros de Rafah. Ao todo, o grupo é composto por 22 brasileiros, sete palestinos portadores de RNM (o Registro Nacional de Imigração: são estrangeiros com visto temporário ou com visto de autorização de residência) e mais três palestinos parentes próximos.

O governo brasileiro também tem disponibilizado para as pessoas acompanhamento psicológico, por profissional Palestina contratada em Gaza, pelo escritório de representação do Brasil junto à autoridade Palestina. O apoio do governo brasileiro inclui ainda o aluguel de transporte, abrigo e alimentação. O avião presidencial que irá resgatar aqueles que vão ser repatriados aterrissou em Roma, na Itália, às 10h25 desta sexta-feira, 13, no horário local. A aeronave, no momento, aguarda autorização de trâmites diplomáticos com Egito, Israel e o lado palestino para que os brasileiros cruzem a fronteira com segurança e embarquem do Egito para o Brasil. Desde o começo do conflito que já matou mais de 4.000 pessoas, sendo 2.670 na Palestina e 1.400 em Israel. Três das vítimas são brasileiros:  Karla Stelzer Mendes, de 42 anos, o gaúcho Ranani Nidejelski Glazer, de 23 anos, e Bruna Valeanu, de 24 anos. A Operação Voltando em Paz do governo brasileiro já resgataram 916 brasileiros que estavam no meio da guerra no Oriente Médio.

 

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