Itamaraty pede credenciamento de diplomatas de Guaidó na comitiva brasileira

De acordo com o ministério, a presença dos representantes do líder da oposição na Venezuela foi “tomada como forma de assegurar a devida representação na ONU”

  • Por Jovem Pan
  • 21/09/2019 14h03
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Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Itamaraty solicita credenciamento de representantes de Guaidó na comitiva brasileira na ONU

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil solicitou à Organização das Nações Unidas (ONU) o credenciamento de representantes do líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó, como integrantes da comitiva brasileira que participará da Assembleia Geral em Nova York.

Guaidó foi reconhecido pelo Brasil e mais de 50 países, em janeiro, como presidente interino da Venezuela, em meio à pressão da comunidade internacional para encerrar o governo de Nicolás Maduro. Os nomes do embaixador de Guaidó nos EUA, Carlos Vecchio, e da embaixadora do opositor na França, Isadora Guevara, foram encaminhados pela missão do Brasil na ONU como acompanhantes da comitiva do presidente Jair Bolsonaro.

A informação foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo Itamaraty. “O Itamaraty confirma o pedido de credenciamento de representantes do governo legítimo venezuelano. Essa medida excepcional foi tomada como forma de assegurar a devida representação na ONU, que aceita apenas nomes indicados pelo regime ditatorial de Caracas”, informou em nota o Itamaraty.

Maduro anunciou que não participará da Assembleia Geral, o que tem sido comemorado nos bastidores pela oposição como um sinal de fragilidade do chavismo. No ano passado, no entanto, o chavista fez o mesmo anúncio, mas compareceu de surpresa ao evento.

A véspera da abertura da Assembleia Geral será marcada por mais pressão diplomática contra Maduro. Os países do Grupo de Lima se reunirão na segunda-feira (23) pela manhã, em Nova York, e os signatários do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar) terão uma reunião durante a tarde.

O pacto, da época da Guerra Fria, pode permitir, no limite, uma intervenção militar na Venezuela. O Brasil vai rechaçar, no entanto, apoio a qualquer opção que inclua uso de força. A previsão é criar uma moldura que permita aplicação de sanções diplomáticas e econômicas pelos países.

Também está prevista uma reunião dos países do hemisfério com a presença do presidente americano, Donald Trump, para discutir a situação da Venezuela na próxima quarta-feira (25). O Brasil será representado pelo chanceler, Ernesto Araújo, nas três reuniões.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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