Joesley Batista vai à CPMI da JBS com promessa de silêncio; siga ao vivo

  • Por Jovem Pan
  • 28/11/2017 09h01 - Atualizado em 28/11/2017 10h58
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Rovena Rosa/Agência Brasil Rovena Rosa/Agência Brasil Empresário é acusado de mentir e omitir na delação premiada que implicou Michel Temer e de se beneficiar de informações privilegiadas no mercado financeiro

Mesmo antecipando que manterá o silêncio, o empresário Joesley Batista, dono da empresa J&F, comparece em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS nesta terça-feira (28). A reunião ocorre em conjunto com a CPI do BNDES, do Senado.

Assim como o irmão Wesley, que também permaneceu em silêncio após discurso inicial (veja mais abaixo), Joesley deve ouvir muitas críticas e acusações de deputados e senadores.

Sorridente, de terno e sem gravata, Joesley chegou ao Senado escoltado pela Polícia Federal com o apoio da Polícia Legislativa às 8h30. Marcada para as 9h, a sessão começou às 9h45. Siga ao vivo:

AO VIVO

10h52 – Relator da CPMI Carlos Marun (PMDB-MS), aliado de Michel Temer, começa a falar. Ele elogia o relato de Ataídes, que segundo Marun, “queima a língua” dos críticos à CPMI.

10h51 – Presidente da CPMI Ataídes Oliveira diz que Joesley “precisa” colaborar com a comissão, segundo a legislação.

10h50 – Após longa exposição inicial de Ataídes, Joesley é convocado a falar. Seu advogado informa que Joesley vai usar da garantia constitucional de permanecer em silêncio.

9H54 – Após explicar as solicitações e convocações de depoimentos à CPMI, o presidente da Comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), lê uma cronologia dos acontecimentos envolvendo a delação da JBS

As acusações

Joesley e o irmão Wesley, que estão presos, teriam mentido e omitido informações no acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República na gestão de Rodrigo Janot. De maioria governista, a CPMI é vista pela oposição como uma forma de retaliar Rodrigo Janot e a PGR por terem denunciado o presidente Michel Temer.

Os irmãos Batista também são acusados de usarem informações privilegiadas do próprio acordo de colaboração para lucrar no mercado financeiro de ações e dólares. O ministro Luiz Edson Fachin, do STF, suspendeu os benefícios do acordo.

A delação da JBS embasou duas denúncias criminais contra o presidente Michel Temer, por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da justiça. Além dele, o ex-assessor, Rodrigo Rocha Loures, gravado recebendo uma mala com R$ 500 mil de executivo da empresa, o senador e presidente licenciado do PSDB, Aécio Neves, que pediu R$ 2 milhões a Joesley, parte da cúpula do PMDB e outros políticos são investigados ou denunciados.

Em ofício encaminhado à CPMI na última quarta-feira (22), os advogados de Joesley Batista já haviam antecipado que ele permanecer calado durante a reunião.

“O exercício do direito ao silêncio é a clara posição a ser tomada diante da atual situação jurídica dos acordos de colaboração premiada. A decisão de manter a oitiva do ora requerente poderá acarretar elevados e desnecessários gastos públicos pela quarta vez”, argumentam os advogados de Joesley Batista. Os defensores chegaram a pedir o não comparecimento do empresário à Comissão.

Wesley Batista

No último dia 8, Wesley Batista afirmou em fala inicial à CPMI que não descumpriu o acordo de delação que firmou com a Procuradoria-Geral da República e que “jamais” cometeu crimes pelos quais está preso. Depois ouviu críticas, ofensas e acusações dos parlamentares em silêncio. O presidente da CPMI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), chegou a pedir o rompimento do acordo de delação no mesmo dia, devido ao silêncio do empresário.

“Não me arrependo de ter decidido colaborar com a Justiça brasileira”, garantiu Wesely Batista no início de sua fala. Ele classificou o acordo de delação como “o mais eficaz que já se viu até agora no País”.

Senador Ataídes Oliveira fala com Wesley Batista (dir.) durante depoimento à CPMI da JBS (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

O depoente afirmou que o acordo “afetou a vida de sua família”. Wesley relatou que “se tornar colaborador não é uma decisão fácil, é solitário, dá medo e causa muita apreensão”.

“Descobri que é um processo imprevisível e inseguro para quem decide colaborar, mas eu continuo acreditando na Justiça brasileira”, discursou.

“Acredito que estamos vivendo agora um imenso, imenso retrocesso daquilo que eu esperava ser um profundo processo de transformação do nosso País. O que vejo são colaboradores sendo punidos, perseguidos, pelas verdades que disseram. As delações dos últimos anos fizeram o País se olhar no espelho, mas como ele não gostou do que viu, o resultado tem sido esse: colaboradores presos e delatados soltos”, afirmou.

Com informações complementares de Agência Câmara e Estadão Conteúdo

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