Justiça paraguaia bloqueia contas vinculadas ao doleiro Dario Messer

O Ministério Público do Paraguai bloqueou nesta quarta-feira (9) as contas bancárias vinculadas aos quatro acusados na última terça-feira (8) no país por lavagem de dinheiro, entre eles Dario Messer, conhecido como o “maior doleiro do Brasil”, seu filho e um primo do presidente Horacio Cartes, disse a promotora Rocío Cantero.
Os imputados, além de Dario Messer, que conta com uma ordem de captura internacional, são Dan Messer, Juan Giménez Viveros – primo de Cartes – e Adolfo Granada Cubilla.
“Os ofícios já foram diligenciados, inclusive o ofício da superintendência de bancos que é distribuído a todos os bancos para que bloqueiem outras contas cujos números e nomes não temos conhecimento”, explicou Cantero.
A promotora indicou que, até ao momento, são conhecidas as contas de um dos acusados em dois bancos, um deles o estatal Banco de Fomento.
Giménez Viveros tentou retirar na terça-feira uma quantidade de dinheiro desse banco, mas acabou deixando o local quando foi identificado.
A representante do Ministério Público enfatizou que todos os acusados já contam com uma ordem de captura e que, até ao momento, nenhum deles se apresentou à Justiça paraguaia.
O MP suspeita que os acusados teriam utilizado fundos provenientes das operações de Messer no Brasil e relacionadas com crimes como corrupção passiva, pagamento de propina e associação criminosa.
Os crimes teriam sido cometidos presumivelmente através das empresas Matrix S.A., Chai S.A., Pegasus S.A. e Agromonte S.A., das quais os acusados eram acionistas. Utilizando essas companhias, os investigados teriam realizado operações irregulares por um montante superior a US$ 40 milhões.
Messer segue foragido uma semana depois que foi iniciada uma operação de captura internacional no Paraguai, no Brasil e no Uruguai, que resultou em 33 detenções nesses dois últimos.
A operação internacional tinha como foco um grupo de doleiros do Brasil que, segundo a delação de dois acusados, conseguiu movimentar US$ 1,6 bilhão em 52 países de forma ilícita.
De acordo com as investigações da Justiça brasileira, Messer recebia 60% dos benefícios das operações de câmbio, pois era o responsável por contribuir com recursos e dar lastro às operações.
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