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Laudo da Polícia Federal relaciona Palocci, Lobão e Delfim Netto a propinas da Usina de Belo Monte

EFE - Ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci chega a Curitiba em prisão temporária para falar à Lava Jato

Um laudo anexado pela Polícia Federal ao inquérito que investiga irregularidades na construção da Usina de Belo Monte confirma informações reveladas pelo ex-ministro Antonio Palocci em delação premiada. Ex-chefe da Fazenda e da Casa Civil, ele incriminou os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff ao relacioná-los a negociações de propina para PT e MDB.

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A obra foi a maior do setor elétrico realizada nos governos petistas, e o documento pericial teria confirmado dados sobre corrupção da empreiteira Odebrecht. Ao menos R$ 135 milhões foram cobrados das empresas envolvidas no leilão de concessão e obra – inicialmente orçada em R$ 13 bilhões e que vai custar mais de R$ 30 bilhões.

O laudo 2035/2018 do setor técnico-científico da Polícia Federal do Paraná conclui que há registros de que “italiano”, “esquálido” e “professor” estão relacionados a valores do centro de custo “Belo Monte” em arquivos da seção de propinas da construtora. Esses apelidos identificavam, respectivamente, Palocci, Edison Lobão e Antônio Delfim Netto.

Emedebista, Lobão foi ministro de Minas e Energia entre 2008 e 2010, na gestão de Lula, e entre 2011 e 2015, na presidência de Dilma. Delfim Netto foi ministro da Fazenda durante a ditadura militar, nos anos de 1967 e 1974 – indicado pelo então presidente Artur da Costa e Silva. Ele ficou famoso como responsável pelo chamado “milagre econômico”.

Conclusão

“Foram constatados, a partir de exames periciais em arquivos, registros de transações monetárias entre a empresa Odebrecht e os beneficiários de codinomes ‘Italiano’, ‘Esquálido’ e ‘Professor’ com débito na Obra/Centro de Custo ‘UHE Belo Monte‘”, registra conclusão do laudo contábil-financeiro, assinado pelo perito federal Ivan Roberto Ferreira Pinto.

O laudo foi anexado na última quinta-feira (17) ao inquérito da Polícia Federal em Curitiba (PR) que apura corrupção em Belo Monte e é de 30 de outubro do ano passado – um mês antes de Palocci ter os benefícios de seu acordo de colaboração reconhecidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), e ir para casa depois de dois anos preso.

A produção foi feita para “buscar todos os recursos negociados, tratados, pagos e liquidados, por conta da obra da usina ou outra rubrica que identifique a obra, não devendo se restringir aos sistemas da empresa (Odebrecht), mas podendo ser objeto de todos os materiais apreendidos em decorrência das apreensões cumpridas na Operação Lava Jato“.

Delação

Antonio Palocci é o primeiro delator do núcleo político de comando do esquema de corrupção na Petrobras. Ele contou sobre a atuação direta no acerto de R$ 135 milhões em propinas em Belo Monte – equivalente a 1% do contrato de R$ 13,5 bilhões. O valor teria sido dividido de forma igualitária entre o PT e MDB e incrimina Lula e Dilma.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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