Irmãos sócios da Avianca Holdings são presos em nova fase da Lava Jato

72ª fase da Lava Jato cumpre 6 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de prisão em SP, RJ e Alagoas

  • Por Jovem Pan
  • 19/08/2020 07h32 - Atualizado em 19/08/2020 09h49
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Divulgação/PF Os agentes investigam os possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

A Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público Federal, deflagrou, nesta quarta-feira (19), a Operação Navegar é Preciso, a 72ª fase da Lava Jato. Cerca de 36 policiais cumprem 6 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de prisão em Alagoas (Maceió), São Paulo (São Paulo) e Rio de Janeiro (Niterói e Rio de Janeiro). Os mandados judiciais foram expedidos pela 13ª Vara Federal em Curitiba/PR. A ação mira organização criminosa que fraudava licitações e sistematicamente pagava propina a altos executivos da Petrobras, além de outras empresas relacionadas como a Transpetro, responsável pelo transporte de combustível no País e pela importação e exportação de petróleo e derivados. Os empresários German Efromovich e José Efromovich, irmãos e donos do estaleiro Eisa – Estaleiro Ilha S.A, foram presos no âmbito da operação. Eles também são sócios da Avianca Holdings, empresa que passa por processo de recuperação judicial.

Os agentes investigam os possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, que teriam sido praticados no contexto de licitação e celebração de contratos de compra e venda de navios celebrados pela Transpetro com determinado estaleiro – Eisa – Estaleiro Ilha S.A – , no âmbito do PROMEF, que era o programa do Governo Federal para a reestruturação da indústria naval brasileira. Em nota, a Transpetro afirmou que colabora com o Ministério Público Federal e encaminha todas as informações pertinentes aos órgãos competentes. “A companhia reitera que é vítima nestes processos e presta todo apoio necessário às investigações da Operação Lava Jato”, diz o texto.

Segundo comunicado da PF,  indícios dão conta de que teria havido pagamento de vantagem indevida por parte dos investigados relacionados ao Estaleiro para ocupante de alto cargo na Transpetro à época, em troca do favorecimento e direcionamento do Estaleiro em licitação para celebração do contrato milionário, para a construção e fornecimento de navios, dentre eles aqueles do modelo Panamax, cujo valor global combinado foi de mais de R$857 milhões. O pagamento de propina ao então executivo da Transpetro teria sido encoberto por meio de um contrato falso de investimento em empresa estrangeira, que previa o pagamento de uma multa de R$ 28 milhões, em caso de cancelamento do aporte. O contrato teria sido celebrado entre empresa do Grupo dos investigados relacionados ao Estaleiro e empresa ligada ao executivo em questão, sendo que a remessa dos valores da vantagem indevida teria sido feita por meio de várias transferências, através de contas bancárias no exterior.

O nome da operação remete à frase “Navegar é preciso, viver não é preciso”, do General Romano Pompeu, durante a expansão econômica e territorial de Roma.

 

 

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