Levantamento indica que maioria dos feminicídios acontece na frente dos filhos
Entre as motivações mais frequentes, destacam-se o ciúme excessivo e a não aceitação do término do relacionamento por parte dos agressores
Dados divulgados pelas Secretarias de Segurança Pública do Distrito Federal e de São Paulo traçam um cenário preocupante sobre a violência contra a mulher. No Distrito Federal, o número de feminicídios quase triplicou nos últimos dez anos, revelando um perfil de vulnerabilidade que atinge majoritariamente mães e ocorre dentro do próprio lar.
De acordo com o monitoramento da Secretaria de Segurança Pública do DF, foram registrados 232 casos de feminicídio na última década. O levantamento aponta que cerca de 80% das vítimas eram mães, e a maioria absoluta dos crimes — aproximadamente 80% — aconteceu dentro da residência das vítimas.
O uso de “armas brancas” (como facas e objetos cortantes) foi identificado em 55% das ocorrências. Entre as motivações mais frequentes, destacam-se o ciúme excessivo e a não aceitação do término do relacionamento por parte dos agressores. Um dado ainda mais sensível revela que muitos desses crimes são cometidos na presença de filhos ou de outras crianças, gerando traumas profundos e um impacto social contínuo.
Cenário em São Paulo
O estado de São Paulo também apresenta números elevados. Entre janeiro e outubro de 2025, foram registrados 206 feminicídios no território paulista. Somente na capital, o número chegou a 53 casos no mesmo período. As autoridades destacam que esses índices não contabilizam as tentativas de feminicídio, o que indica uma prevalência ainda maior de violência letal ou potencialmente letal contra as mulheres.
Prevenção e denúncia
Especialistas e autoridades reforçam que o feminicídio é, muitas vezes, o desfecho de um ciclo de violência doméstica que inclui agressões verbais, psicológicas e físicas. A independência financeira e o apoio emocional são fundamentais para que as mulheres consigam romper esse ciclo.
Além disso, a conscientização social é vital: vizinhos, familiares e amigos devem estar atentos aos sinais de abuso e não hesitar em denunciar. A omissão da sociedade é apontada como um dos fatores que contribuem para a perpetuação da violência.
Como denunciar:
- Central de Atendimento à Mulher: Ligue 180 (serviço gratuito e anônimo).
- Polícia Militar: Ligue 190 (em casos de emergência).[1]
- Polícia Civil: Registro de ocorrências em delegacias especializadas (DEAM) ou delegacias comuns.
*Com informações de Danúbia Braga
*Reportagem produzida com auxílio de IA


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