Machado relata propina a políticos do PT, PCdoB e PSB
Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse ao Ministério Público Federal que, além de abastecer as contas do PMDB, a propina que foi desviada da estatal também serviu para financiar campanhas de políticos de outros partidos: os deputados Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Heráclito Fortes (PSB-PI), Luiz Sérgio (PT-RJ) e Candido Vaccarezza (PT-SP).
Machado afirmou que Jandira recebeu R$ 100 mil, Luiz Sérgio, R$ 400 mil, e Vaccarezza e Heráclito, R$ 500 mil cada um. Disse ainda que o valor acordado com o deputado do PSB era, inicialmente, de R$ 1 milhão, mas que metade do valor não foi paga, embora o parlamentar tenha cobrado insistentemente o restante da propina durante as eleições de 2014.
O delator disse que dependia de Heráclito, então presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, para conseguir implementar um programa de modernização e expansão da frota de navios da Transpetro iniciado em 2006. O parlamentar, na época, exigiu propina para aprovar na Casa o aumento do limite de endividamento da estatal, medida que garantia a continuidade do projeto.
No Congresso, Machado defendia o chamado Promef, de modernização dos navios, como um programa estratégico para o Brasil e que teria o potencial de recriar a indústria naval no País. Interessado, Vaccarezza teria procurado o delator diversas vezes para demonstrar apoio à Transpetro, articulando inclusive com outros deputados reuniões para discutir o assunto.
Nas eleições de 2010, após as reuniões, o deputado finalmente pediu apoio a Machado, que concordou em ajudá-lo. Os valores teriam sido pagos por meio de uma doação oficial ao diretório do PT em São Paulo feita pela Camargo Corrêa, que tinha negócios com a Transpetro e teria sido comunicada previamente como deveria repassar o dinheiro.
O mesmo teria acontecido com a Queiroz Galvão ao efetuar repasses a Jandira e Luiz Sérgio. Ambos são citados na delação como deputados que sempre defenderam a indústria naval e os interesses da Transpetro no Congresso. Machado disse que, em épocas de eleição, eles o procuravam pessoalmente para pedir apoio e eram convidados à sede da estatal para discutir como os repasses seriam feitos.
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