Maia desconversa sobre impeachment: ‘Prioridade é enfrentamento ao coronavírus’

  • Por Jovem Pan
  • 27/04/2020 15h21 - Atualizado em 27/04/2020 15h42
Lucio Tavora/Estadão Conteúdo Já foram protocolados quase 30 pedidos na Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugeriu nesta segunda-feira (27) que, ao menos neste momento, não deve colocar para votação os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Já foram protocolados quase 30 na Casa. Segundo Maia, o papel do Parlamento atualmente é “debater o enfrentamento ao coronavírus”.

“Os últimos dias foram importantes para que todos nós pudéssemos refletir o que devemos priorizar neste momento”, disse. “O papel da Câmara nos próximos dias é voltar a debater o coronavírus. Uma crise política vai piorar ainda mais a economia, e nosso papel é ter paciência e equilíbrio. É legítimo que os parlamentares tentem discutir CPIs e outros instrumentos, mas devemos tratar o que é mais importante: a renda e o desemprego”, afirmou, em coletiva de imprensa.

Maia lembrou que o País está no estágio inicial do aumento de casos de Covid-19 e que ainda haverá um impacto na economia. De acordo com ele, está sendo projetada uma queda de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao que havia sido pensado para o ano de 2020, além do aumento do desemprego e da economia informal. “São números muito dramáticos em relação à vida e aos empregos dos brasileiros”, destacou.

Ministros

O presidente da Câmara disse, também, que a saída de ministros durante a pandemia “gera uma pressão na sociedade”, mas defendeu que os processos “sejam pensados e refletidos com muito cuidado”. Ele usou como exemplo as demissões do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, e do ex-ministro da Justiça e Segurança Público Sergio Moro.

Além disso, pontuou que uma suposta saída do ministro da Economia, Paulo Guedes, “geraria insegurança”.

“Tive alguns conflitos com ele nas últimas semanas, mas uma mudança agora pode ser interpretada de forma negativa. Ele [Guedes] tem tentado colaborar da forma que acredita. Espero que com menos turbulência, todos em conjunto, possamos achar uma solução melhor”, comentou Maia, que tem se desentendido com Guedes nos últimos tempos, principalmente em relação ao projeto de ajuda aos estados e municípios durante a crise.

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