Lideranças do bloco parlamentar no Congresso conhecido como “Centrão” podem virar réus no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça (21). A segunda turma da Corte analisa uma denúncia de organização criminosa contra o PP, maior partido do grupo.
A acusação, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da Operação Lava Jato, tem como alvos os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Arthur Lira (PP-AL) e Eduardo da Fonte (PP-PE), além do senador Ciro Nogueira (PP-PI).
O julgamento ocorre no momento em que o Centrão promove uma queda de braço com Jair Bolsonaro, impondo ao presidente uma série de derrotas no Congresso. O Planalto enfrenta resistências para alavancar a reforma da Previdência e a Medida Provisória 870, que permite a reorganização administrativa do governo.
O caso do “quadrilhão do PP”, como é conhecido, chegou ao STF em março de 2015. Os parlamentares envolvidos são acusados de participar de esquema de “cometimento de uma miríade de delitos” e arrecadação de propina por meio da utilização de diversos órgãos da administração pública, como a Petrobras, a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades.
A organização criminosa teria sido estruturada a partir da eleição de 2002 do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No caso, Arthur Lira é acusado de receber vantagens indevidas por meio de doações eleitorais oficiais, em um total de R$ 2,6 milhões. Ciro Nogueira teria solicitado e recebeu da empreiteira UTC Engenharia um total de R$ 1,875 milhão.
Contra Aguinaldo Ribeiro a acusação é a de “ordenar a captação e o repasse da propina” decorrente de contratos relacionados à diretoria de abastecimento da Petrobrás, em um esquema que também teria beneficiado Eduardo da Fonte.
Os parlamentares negam as acusações e pedem a rejeição da denúncia.
Com Estadão Conteúdo