Coronavírus: Mais da metade dos 22,9 mi de testes não tem data para chegar

  • Por Jovem Pan
  • 09/04/2020 21h23
EFE/Fernando Bizerra Jr Baixa adesão da população às medidas de isolamento social ajudou no crescimento de 1,2% do PIB no 1º trimestre Apenas 904.872 testes já foram entregues, sendo 500 mil unidades do teste rápido e 404 872 unidades do teste molecular

A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde afirmou, nesta quinta-feira (9), que só há previsão de entrega para 9,8 milhões de testes para o coronavírus, dos 22,9 milhões previstos pela pasta. O exames são tanto comprados, quanto doados, e incluem testes moleculares e rápidos. Ou seja, para 13,7 milhões de unidades, o prazo é uma incógnita.

Apenas 904.872 testes já foram entregues, sendo 500 mil unidades do teste rápido e 404 872 unidades do teste molecular, também conhecido pela sigla RT-PCR. A remessa integral só deve ser concluída no final de julho.

Na prática, o ministério recebeu apenas 9,9% da parcela de exames com entrega programada. Em abril, a previsão é de que mais 525 mil testes moleculares serão entregues. Três remessas de 1 milhão de testes cada estão programadas para maio, junho e julho.

O Ministério da Saúde detectou “limitações importantes” nos 500 mil testes rápidos doados pela mineradora Vale, fabricados na China, e pediu cautela a gestores do SUS ao aplicar o produto. A desconfiança do governo federal surgiu após análise de qualidade de um laboratório privado, feita a pedido da pasta, apontar 75% de chance de erro em resultados negativos para o novo coronavírus.

O porcentual de erro cai para 14% em exames positivos, ou seja, que apontam a infecção, mas mesmo assim foi sugerido que o produto seja aplicado apenas em pessoas que apresentam sintomas da Covid-19 há pelo menos 7 dias para evitar diagnóstico falso.

Distanciamento

Os testes em massa são uma necessidade vital para que o setor de saúde do País, seja público ou privado, se planeje e organize minimamente uma estrutura capaz de atender os pacientes com suprimentos, estrutura de leitos e apoio médico.

Por causa dessa situação, o Ministério da Saúde continua defendendo o “distanciamento social ampliado” adotado pela maior parte dos Estados, apesar do presidente Jair Bolsonaro pedir reiteradamente a flexibilização das quarentenas.

“As Unidades da Federação que implementaram medidas de distanciamento social ampliado devem manter essas medidas até que o suprimento de equipamentos (leitos, EPI, respiradores e testes laboratoriais) e equipes de saúde (médicos, enfermeiros, demais trabalhadores de saúde e outros) estejam disponíveis em quantidade suficiente, de forma a promover, com segurança, a transição para a estratégia de distanciamento social seletivo”, declara a pasta em nota.

“As estratégias de distanciamento social adotadas pelos Estados e municípios, contribuem para evitar o colapso dos sistemas locais de saúde, como vem sendo observado em países desenvolvidos como EUA, Itália, Espanha, China e recentemente no Equador”, afirma o boletim. “Essas medidas temporárias permitem aos gestores tempo relativo para estruturação dos serviços de atenção à saúde da população, com consequente proteção do Sistema Único de Saúde.”

O ministério lembra que “não há possibilidade de evitar a epidemia”, mas há estratégias “para diminuir o pico epidêmico em número de casos e distribuí-los ao longo do tempo a fim de preparar o sistema de saúde”.

De ontem para hoje, foram 141 óbitos. No total, pelos menos 941 pessoas foram vítimas da doença no País. O número total de casos oficialmente confirmados subiu de 15.927 para 17.857 casos, um aumento de 12% em apenas 24 horas.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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