Major Olímpio: Aliança pelo Brasil será ‘Titanic político’ e Bolsonaro vai ‘afundar na primeira viagem’
O senador Major Olímpio (PSL-SP) criticou a saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL para criar um partido próprio, o Aliança pelo Brasil. Durante a manifestação pela prisão após condenação em segunda instância, que acontece neste domingo (8), na Avenida Paulista, em São Paulo, o parlamentar conversou com a reportagem da Jovem Pan.
Olímpio disse que “lamentou demais” a saída de Bolsonaro do PSL e acrescentou que a mudança de legenda está fadada ao fracasso. “A saída foi uma opção do próprio presidente Jair Bolsonaro, nós [do PSL] continuamos apoiando e votando as iniciativas dele. Lamentei demais a partida dele do partido, ele foi insuflado pelos filhos e advogados e, para mim, na minha visão, como amigo dele, ele cometeu um equivoco”, disse.
“Deixou um partido 100% dele para ir para uma aventura que vai ser um Titanic político. Ele vai afundar na primeira viagem. Mas tenho muita esperança que o presidente Bolsonaro ainda retorne para o PSL, que é a casa dele. Enquanto isso, o PSL continua votando com ele. Bolsonaro fez essa opção, mas os princípios dele com o Brasil são os meses e os nossos, no PSL, também são ps mesmos”, garantiu.
Segunda instância
Para o senador, para que a volta da prisão após condenação em segunda instância seja aprovada pelo Congresso Nacional, é preciso que a população pressione. “Se a população não exigir, não se mobilizar, aquele placar dos [parlamentares] indecisos vai pender contra a prisão em segunda instância. Tem um ‘acordão’ no meio político dos que não querem a prisão – não pelos criminosos comuns, mas pelos políticos corruptos, pagadores de propinas, colarinhos brancos”, afirmou.
Questionado sobre a “disputa” entre o Senado Federal, que tenta aprovar um projeto de lei para mexer no Código de Processo Penal, e a Câmara dos Deputados, que defende a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre a prisão em segundo grau, Olímpio ressaltou que o ideal é que as duas sejam aprovadas.
De acordo com ele, parlamentares que não apoiarem as duas medidas, mas sim apenas a da Câmara, que é muito mais demorada, querem “empurrar com a barriga” para que a pauta caia no esquecimento. “O projeto de lei do Senado em nada atrapalha a PEC da Câmara, eles se complementam. Quem não quer votar o projeto de lei agora é para deixar criminoso em liberdade, e a população não vai perdoar”, disse.
“Terça vamos tentar votar, no Senado, a prisão após segunda instância. Agora a Câmara instalou uma comissão especial para a PEC da Câmara, mas a comissão especial leva umas 40 sessões, o que pode durar o primeiro semestre todo [de 2020]. Não tem porque não votar agora o projeto de lei do Senado e depois a emenda da Câmara também, para solidificar isso. Eu disse para todos os líderes, não contem comigo para ludibriar a população. Para mim, essa medida [de esperar a votação da Câmara] é protelatória, empurrar com a barriga para ver se a população esquece”, finalizou.
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