‘Flávio Bolsonaro para mim acabou, não existe’, afirma Major Olímpio
Atritos começaram com a articulação de Flávio para abafar a CPI da Lava Toga
O senador Major Olimpio (PSL-SP), líder do partido do presidente Jair Bolsonaro no Senado, voltou a criticar o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) nesta segunda-feira (7). “Flávio Bolsonaro para mim acabou, não existe”, afirmou Olimpio, em referência a atritos com o filho do presidente sobre a CPI da Lava Toga, que tem como foco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para Olimpio, a posição de Flávio, que agiu para enterrar a comissão no Senado, não representa o governo nem o PSL. “O pai dele ganhou a eleição dizendo que seria intransigente no combate à corrupção dentro de qualquer um dos poderes, inclusive do Judiciário.” “Estou defendendo a CPI, estou me mobilizando por ela, porque é necessária”, declarou.
A articulação de Flávio para abafar a CPI da Lava Toga chegou a resultar na saída da senadora Juíza Selma (MT) do PSL. Selma se filiou ao Podemos no dia 18 de setembro, em cerimônia que contou com a presença de Olimpio.
O senador afirmou que considerou sair do PSL, mas que depois chegou à conclusão de que “iria dar moleza para quem está errado”. “Então, eu e a Soraya [Thronicke, também senadora pelo PSL] resolvemos ficar. Se tiver que sair, que saia ele [Flávio Bolsonaro]”, disse. “Agora estou mais PSL do que nunca”, completou.
Desgaste com Bolsonaro
Questionado se as críticas a Flávio poderiam gerar desgaste com o presidente Jair Bolsonaro, Olimpio disse acreditar que “o presidente não vai confundir as coisas. “Eu não confundo as coisas, continuo sendo apoiador do presidente Jair Bolsonaro.”
“Comigo não tem essa conversa, não. ‘Ah, é filho do presidente’. Que se dane! É filiado que nem eu, vai ouvir as verdades que tem que ouvir”, afirmou o senador. “Isso aqui não é dinastia, é partido.”
Sobre rumores de que o presidente Bolsonaro também estaria pensando em deixar o PSL, Olimpio disse que nunca ouviu isso dele.
“Acho que ele não faria isso. Seria a mesma coisa que morar sozinho e fugir de casa. Ele é o dono da casa. Vai sair de um partido que está bem estruturado?”, questionou o senador, emendando que o PSL é o partido que tem mais parlamentares e tempo de televisão. “Vai começar do zero onde? Em uma sigla em que ele não vai ter o espaço e credibilidade que ele tem com a gente?”.
* Com informações do Estadão Conteúdo
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.