Mandetta agradece Bolsonaro e diz que vai lutar mundialmente pela saúde pública
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, agradeceu, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (16), ao presidente da República, Jair Bolsonaro, pelo período em que comandou o ministério.
O gaúcho disse que a conversa que selou sua demissão do governo foi amistosa. “Agradeço muito o presidente, tivemos uma conversa amistosa e agradável, mas é melhor que ele organize uma equipe que possa construir um outro olhar”, afirmou.
Mandetta era o ministro da Saúde desde o início do governo Bolsonaro, em janeiro do ano passado, mas foi demitido pelo presidente na tarde desta quinta e substituído pelo oncologista Nelson Teich. Ele e Bolsonaro tiveram uma série de atritos durante a condução da crise provocada pelo novo coronavírus.
Visivelmente emocionado, Mandetta agradeceu aos servidores do Ministério da Saúde, citando nominalmente vários deles. “Não posso medir o tamanho do meu agradecimento pelo que aprendi com vocês, saio daqui com uma experiência fantástica”, disse. “Foi uma honra servir o meu país como ministro. Como cidadão, trabalharei em dobro.”
Ele incentivou os funcionários a fazer o melhor pela saúde pública e ajudar o novo ministro, pedindo uma transição suave. “Eu sei que deixo aqui a melhor equipe. Trabalhem para o próximo ministro tal qual vocês trabalharam para mim. Desdobrem os seus esforços para que eles tenham o melhor espaço possível para trabalhar. Vocês são todos extremamente capazes.”
Defesa do SUS
O ex-ministro também defendeu que os servidores não se esqueçam da ciência. “Nada tem significado que não seja uma defesa intransigente da vida, do SUS e da ciência. Desses pilares, vocês conquistarão tudo. Eles alimentam a verdade. A ciência é a luz, é através dela que nós vamos sair”, disse.
Ainda na entrevista coletiva, Luiz Henrique Mandetta prometeu que vai fazer uma defesa mundial do serviço de saúde pública, apresentando o SUS como modelo para outros países. Ele disse que já há uma discussão sobre o assunto no G20.
“Vou também lutar no campo da saúde pública mundial. Um país em desenvolvimento teve coragem de escrever na Constituição que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. O mundo deveria copiar para que talvez a gente tenha mais dignidade”, afirmou.
Apesar da defesa do SUS, Mandetta alertou que o sistema de saúde ainda não está para a expansão do coronavírus no país. “O sistema de saúde ainda não está preparado para uma marcha acelerada. Sigam as orientações de prefeitos, governadores e o próprio Ministério da Saúde. Vai ser bem dura a tomada de decisão que a gente vai ter que fazer nos próximos meses.”
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