Mandetta: ‘Sistema de saúde entra em colapso no final de abril’

Ministro participou de videoconferência ao lado do presidente Jair Bolsonaro nesta sexta

  • Por Jovem Pan
  • 20/03/2020 16h00 - Atualizado em 20/03/2020 16h21
Vinícius Loures / Câmara dos Deputados O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta durante audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (11)

Em videoconferência com empresários ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, disse nesta sexta-feira (20) que “claramente no final de abril o nosso sistema [de saúde] entra em colapso”. Na conversa, ele ainda detalhou a atual situação do Brasil diante dos números de casos do coronavírus. Atualmente, são 612 casos confirmados da doença e oito mortes.

“Ainda não estamos no momento em que a curva sobe. São Paulo ainda está no início desse redemoinho. Devemos iniciar a subida [no número de casos] em abril. Deve durar abril, maio e junho, quando começa a desacelerar. Julho deve começar um platô [na curva] e em agosto começará a queda para que, em setembro, nós possamos ver uma queda profunda, como vemos agora na China”, explicou

De acordo com o ministro, este é o cenário que o mundo ocidental tem projetado diante da pandemia. Mandetta ainda ressaltou que o Brasil tem um sistema de saúde presente.

“Temos 30 dias para resistir bem mesmo com muitos casos, mas claramente no final de abril nossos sistema entra em colapso”, disse. De acordo com o ministro, o colapso no sistema de saúde do Brasil projetado pela pasta acontece quando “simplesmente não há sistema para entrar”.

“O colapso é quando você tem dinheiro, plano de saúde, ordem judicial, mas simplesmente não há sistema de saúde para você entrar, como acontece na Itália. Para evitar esse colapso pode se fazer necessário segurar a movimentação para ver se conseguimos diminuir a transmissão”, explicou.

A recomendação da pasta é que os idosos permaneçam isolados. Segundo Mandetta, o impacto de 14 dias de isolamento social só é sentido “28 dias depois” e é preciso garantir o abastecimento de insumos médicos e remédios.

Bolsonaro: “Economia não pode parar”

Durante a reunião, o presidente Jair Bolsonaro também destacou as medidas econômicas que estão em fase final de implementação com a equipe econômica do ministro Paulo Guedes e criticou as decisões de governadores de fechar divisas e espaço aéreo.

“A nossa economia não pode parar no tocante à produção de alimentos, e essa área é muito grande. Não procedem as decisões de outras autoridades de fechar estradas e aeroporto, agindo dessa maneira vamos levar pânico em uma situação em que precisamos manter a cabeça no lugar”, disse.

Bolsonaro ressaltou que a equipe econômica tem 35 medidas, parte delas anunciadas ao longo desta semana, que devem garantir serviços essenciais aos brasileiros e também informou aos empresários que o Congresso Nacional destinou R$ 8 bilhões em emendas parlamentares ao Ministério da Saúde para o enfrentamento ao novo coronavírus.

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