Mariz: “Sou contra prisão de Joesley, mas ele deveria ser processado”
Amigo e defensor do presidente Michel Temer (PMDB) no inquérito que envolve as delações da JBS, o criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira disse ser contra a prisão do empresário Joesley Batista, que delatou o presidente e que está sendo alvo de processos protocolados por Temer por difamação, calúnia e injúria.
Por outro lado, o advogado afirma que o delator deveria ser processado pelos crimes que cometeu, e não receber perdão judicial, como foi no acordo de colaboração premiada. “Eu sou contra prisão. Mas eu considero que ele deveria estar sendo processado”, disse o advogado, ao chegar para um debate na Casa do Saber, em São Paulo.
Assim como já falou o presidente Temer, Mariz afirmou que a defesa vai recorrer da decisão do juiz Marcos Vinícius Reis, da 12ª Vara Federal de Brasília, que rejeitou a queixa-crime contra o empresário Joesley Batista. O advogado de Temer nesse processo contra o delator é Renato Oliveira Ramos.
Mariz criticou a decisão do juiz e afirmou que, se o Judiciário não interferir nesse tipo de pedido, “vamos voltar a um tempo de duelo. Se eu for ofendido, eu vou marcar um duelo com quem me ofendeu”.
“Preço”
Comentando a delação de Josley Batista, já durante o debate, o advogado afirmou que é possível que o “preço pago” por Joesley para fechar o acordo com o Ministério Público Federal foi entregar o presidente.
“É possível que o preço pago tenha sido este. Parece que houve uma primeira tentativa, para aceitar a delação desse cidadão Joesley, e não se aceitou no início das conversas. Quando ele surge com uma fita gravada com o presidente, passam então a elaborar um acordo de delação dando as benesses à revelia da lei”, disse o advogado.
PGR
Mariz afirmou que a possibilidade de a Procuradoria-Geral da República (PGR) fatiar a denúncia contra o peemedebista “faz parte do jogo processual” e não altera em nada a estratégia de defesa.
Ele foi questionado sobre o envio dos autos do inquérito contra Temer para a Procuradoria-Geral da República. Sobre isso, Mariz afirmou que espera que a PGR faça uma denúncia “nos termos da lei” e que permita ao presidente apresentar sua defesa.
Sobre a possibilidade de fatiamento, o advogado afirmou que não acredita em uma tentativa de “desgaste” contra o presidente. “Isso faz parte do jogo processual”, declarou.
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