Metroviários de São Paulo vão discutir extensão da greve em assembleia nesta terça

Sindicato confirmou nova reunião para debater ampliação da paralisação por mais um dia; funcionários protestam contra plano de privatização defendido pelo governo Tarcísio

  • Por Jovem Pan
  • 03/10/2023 11h50 - Atualizado em 03/10/2023 12h25
RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Greve Metrô Movimentação no terminal de ônibus e na Estação Jabaquara do metrô, na greve conjunta realizada no dia 3 de outubro

O Sindicado dos Metroviários confirmou a realização de uma nova assembleia, às 18h desta terça-feira, 3, para discutir a extensão da greve do Metrô de São Paulo por mais um dia. Isto é, até a quarta-feira, 4. O aumento da paralisação visa protesto contra edital para terceirização do serviço das estações, contra a proposta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de privatizar a Sabesp (Companhia Paulista de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e conceder as linhas de metrô à iniciativa privada. Entretanto, a projeção é que funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da companhia de saneamento básico, que também participam da greve conjunta nesta terça, não estejam na nova assembleia. Nas redes sociais, o perfil do sindicato afirma que a classe estava “dispostos a liberar as catracas ao invés de fazer a greve”, cabendo a decisão ao governo do Estado. Contudo, a gestão estadual afirma que uma decisão da Justiça proíbe a liberação das catracas.

Como o site da Jovem Pan mostrou, a greve unificada afeta as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. Já na CPTM as linhas paralisadas são: 7-Rubi (parcialmente), 10-Turquesa, 11-Coral (parcialmente), 12-Safira e 13-Jade. Entre as linhas privatizadas, estão em funcionamento as linhas 4-Amarela e 5-Lilás, do Metrô, e as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, operadas pela Via Mobilidade, têm trens circulando normalmente. As categorias são contra a privatização das três empresas públicas por parte do governo de São Paulo. Os grevistas afirmam que transferir as operações ao setor privado vai piorar a qualidade do serviço. Além disso, as categorias cobram a realização de um plebiscito oficial envolvendo toda a população do Estado para consultar sobre as privatizações das empresas públicas.

Por sua vez, o governador classifica a greve como “ilegal, abusiva e claramente política”. “Infelizmente aquilo que a gente esperava está se concretizando. Temos a greve do Metrô, CPTM e Sabesp. Uma greve ilegal, uma greve abusiva, uma greve claramente política e uma greve que tem por objetivo a defesa de um interesse muito coorporativo. Quem está em greve está se esquecendo do mais importante, que é o cidadão”, afirmou Tarcísio em primeiro pronunciamento.  A Justiça de São Paulo decretou que o funcionamento das linhas seria mantido, com 100% do efetivo, nos horários de pico (das 4h às 10h e das 16h às 21h) e com 80% do efetivo nos demais horários. O descumprimento desta determinação pode render aos sindicatos multas diárias de até R$ 500 mil.

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