Militares que fuzilaram carro no RJ serão soltos nesta sexta-feira

Nesta quinta-feira (23), o Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília, decidiu conceder liberdade a nove militares

  • Por Jovem Pan
  • 24/05/2019 10h36
Estadão Conteúdo Carro branco com porta aberta e diversas marcas de tiros O carro da família do músico Evaldo dos Santos Rosa foi atingido por mais de 80 tiros, dos 257 disparados na ação

Os nove militares envolvidos na morte do músico Evaldo dos Santos Rosa e do catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, no Rio de Janeiro, serão soltos nesta sexta-feira (24). Ontem, o Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília, decidiu conceder liberdade a eles.

Ao todo, foram presos doze militares que participaram da ação em 7 de abril, em Guadalupe, na Zona Norte da capital. Os outros três, no entanto, já tinham sido soltos por ordem da Justiça e respondem ao processo em liberdade.

Santos Rosa seguia com a família para um chá de bebê quando seu carro foi atingido por 80 tiros, disparados por um grupo do Exército. Os militares alegaram ter confundido o veículo do músico com o de bandidos. Ao todo, foram disparados 257 tiros na ação.

Evaldo morreu no fuzilamento, mas seus parentes conseguiram escapar. Luciano, que estava nas proximidades e tentou ajudar a família, acabou sendo também baleado e morreu dias depois. Os militares respondem por homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado e omissão de socorro.

O STM é formado por 15 ministros: quatro do Exército, três da Marinha, três da Aeronáutica e cinco civis. O presidente do Tribunal só vota em caso de empate. Isso não foi necessário neste caso. Apenas a ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, a única mulher na corte, votou pela manutenção da prisão dos nove militares.

Em seu voto, ela afirmou: “quando um negro pobre no subúrbio do Rio de Janeiro é confundido com um assaltante, tenho dúvidas se o mesmo ocorreria com um loiro em Ipanema, vestindo uma camisa Hugo Boss.”

*Com informações do Estadão Conteúdo

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