Militares que fuzilaram carro no RJ serão soltos nesta sexta-feira
Nesta quinta-feira (23), o Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília, decidiu conceder liberdade a nove militares
Os nove militares envolvidos na morte do músico Evaldo dos Santos Rosa e do catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, no Rio de Janeiro, serão soltos nesta sexta-feira (24). Ontem, o Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília, decidiu conceder liberdade a eles.
Ao todo, foram presos doze militares que participaram da ação em 7 de abril, em Guadalupe, na Zona Norte da capital. Os outros três, no entanto, já tinham sido soltos por ordem da Justiça e respondem ao processo em liberdade.
Santos Rosa seguia com a família para um chá de bebê quando seu carro foi atingido por 80 tiros, disparados por um grupo do Exército. Os militares alegaram ter confundido o veículo do músico com o de bandidos. Ao todo, foram disparados 257 tiros na ação.
Evaldo morreu no fuzilamento, mas seus parentes conseguiram escapar. Luciano, que estava nas proximidades e tentou ajudar a família, acabou sendo também baleado e morreu dias depois. Os militares respondem por homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado e omissão de socorro.
O STM é formado por 15 ministros: quatro do Exército, três da Marinha, três da Aeronáutica e cinco civis. O presidente do Tribunal só vota em caso de empate. Isso não foi necessário neste caso. Apenas a ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, a única mulher na corte, votou pela manutenção da prisão dos nove militares.
Em seu voto, ela afirmou: “quando um negro pobre no subúrbio do Rio de Janeiro é confundido com um assaltante, tenho dúvidas se o mesmo ocorreria com um loiro em Ipanema, vestindo uma camisa Hugo Boss.”
*Com informações do Estadão Conteúdo
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