Ministério da Educação diz que prova do Enem não segue qualquer juízo ideológico
Servidores que se demitiram da pasta denunciaram ‘censura’, enquanto Bolsonaro disse que prova começava a ter a cara do governo
O Ministério da Educação negou que a escolha das questões incluídas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) siga qualquer orientação ideológica, após denúncias de servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão que elabora a prova, darem conta que havia uma certa censura para evitar temas contrários ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “O processo de elaboração das provas do Enem é conduzido por comissões de professores especialistas, com representantes de todas as regiões do País, selecionados por meio de publicação de edital de chamada pública. A seleção dos itens da prova a partir do Banco Nacional de Itens (BNI) segue diretrizes que não incluem qualquer juízo ideológico”, afirmou o Ministério através de suas redes sociais. Na última semana, 37 servidores de carreira do Inep se demitiram.
Quem também comentou sobre a prova foi o Bolsonaro, durante viagem pelo Oriente Médio. “O que eu considero muito é que começa a ter a cara do governo as questões da prova do Enem. Ninguém precisa estar preocupado com aquelas questões do passado, que caía tema de redação que não tinha nada a ver com nada, realmente é algo voltado para o aprendizado”, afirmou o presidente, sem explicar com clareza a que se referia. Anteriormente, Bolsonaro já criticou questões da prova, como uma que comparava os salários dos jogadores de futebol Marta e Neymar e outra sobre um dialeto da língua portuguesa usado majoritariamente por homossexuais. O Enem 2021 ocorrerá nos próximos dois domingos, dias 21 e 28 de novembro.
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