Moro rebate Bolsonaro: ‘Preservar a PF de interferência política é questão de Estado de Direito’
O ex-ministro Sergio Moro usou seu Twitter, neste sábado (25), para responder postagem do presidente Jair Bolsonaro na rede social. O presidente compartilhou imagem de apoio a Moro na época dos vazamentos de conversas atribuídas a Moro durante as investigações da Lava Jato.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 25, 2020
“Sobre reclamação na rede social do Sr.Presidente quanto à suposta ingratidão:também apoiei o PR quando ele foi injustamente atacado.Mas preservar a PF de interferência política é uma questão institucional,de Estado de Direito, e não de relacionamento pessoal”, afirmou Moro.
Sobre reclamação na rede social do Sr.Presidente quanto à suposta ingratidão:também apoiei o PR quando ele foi injustamente atacado.Mas preservar a PF de interferência política é uma questão institucional,de Estadode Direito,e não de relacionamento pessoal https://t.co/I5HD9uhTj9
— Sergio Moro (@SF_Moro) April 25, 2020
Mais cedo, Moro já havia usado a rede social para compartilhar uma publicação do Ministério da Justiça e Segurança Pública que relembra a campanha publicitária “Faça a coisa certa”, lançada pela pasta em 2019, sob seu comando. “’Faça a coisa certa, pelos motivos certos e do jeito certo’ foi o lema de campanha de integridade que fizemos logo no início no MJSP”, escreveu.
Pedido de demissão
“Falei ao presidente que seria uma interferência política e ele disse que seria mesmo”, relatou Moro sobre a conversa com Bolsonaro em relação à troca de Valeixo. “O problema não é a questão de quem colocar, é por que trocar e permitir a interferência política na Polícia Federal”, continuou.
Segundo Moro, o presidente Jair Bolsonaro queria que Valeixo fosse substituído por alguém da confiança dele e de quem fosse próximo. “O presidente me disse mais de uma vez que queria uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, colher informações e relatórios de inteligência”, explicou. “Não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação”, defendeu o ex-ministro, citando que nem os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, investigados pela Lava Jato, fizeram isso.
“Ele me disse isso expressamente, pode ou não confirmar, mas não entendi apropriado. Se esse alguém [novo diretor-geral], sendo da corporação e aceitando substituição, não conseguir dizer ‘não’ a uma proposta assim, fico na dúvida se vai dizer ‘não’ em relação a outros temas”, continuou o ex-juiz federal.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.