Morte de voluntário da CoronaVac foi causada por sedativos e opioides, dizem laudos

Informações corroboram a tese de que óbito não teve nenhuma relação com o imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac

  • Por André Siqueira
  • 12/11/2020 17h52 - Atualizado em 12/11/2020 18h41
GOVESP/Divulgação/28.10.2020 Caixa branca, laranja e verde sendo segurada por uma mão Coronavac é desenvolvida pelo Instituto Butantan com tecnologia chinesa

A morte do voluntário que participava dos testes da CoronaVac foi causada por uso excessivo de sedativos, opioides e álcool, encontrados no sangue da vítima, dizem os laudos do Instituto Médico Legal (IML) e Instituto de Criminalista (IC), divulgados na tarde desta quinta-feira, 12. As informações corroboram a tese de que o óbito não teve nenhuma relação com o potencial imunizante contra o novo coronavírus que é desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. “Os laudos periciais dos institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML) do referido caso foram concluídos e encaminhados à autoridade policial do 93º DP (Jaguaré). Os resultados apontam que a morte se deu em consequência de uma intoxicação exógena por agentes químicos. Foram constatadas a presença de opioides, sedativos e álcool no sangue na vítima”, diz a nota, obtida pela Jovem Pan.

Na segunda-feira, 9, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu os testes com a vacina, em razão da ocorrência de um “evento adverso grave”. O caso foi registrado no boletim de ocorrência como “suicídio consumado”. Na noite de terça-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 48 horas para que a Anvisa prestasse informações sobre a suspensão dos estudos. Horas depois, na manhã da quarta-feira, 11, a Anvisa anunciou que havia autorizado a retomada do processo. O órgão afirmou que, ao avaliar os dados apresentados pelo Butantan após a suspensão dos estudos, entendia que tinha “subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação e segue acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre o EAG inesperado e a vacina”.

A Anvisa também reiterou, em nota, que “uma suspensão não significa necessariamente que o produto sob investigação não tenha qualidade, segurança ou eficácia”, pois são “eventos comuns em pesquisa clínica e todos os estudos destinados a registro de medicamentos que estão autorizados no país são avaliados previamente pela ANVISA com o objetivo de preservar a segurança para os voluntários do estudo”.

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