Motoristas de aplicativos fazem ato no país por reajuste na tarifa mínima e diminuição da comissão cobrada pelas empresas

Na capital paulista, condutores se reuniram na Praça Charles Miller e fizeram um ‘buzinaço’

  • Por Jovem Pan
  • 15/05/2023 17h43 - Atualizado em 16/05/2023 14h48
TOMZÉ FONSECA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Greve de motoristas de aplicativos Motoristas se reuniram na Praça Charles Miller, nesta segunda-feira, 15

Motoristas de aplicativo se manifestaram nesta segunda-feira, 15, em todo o território nacional. Em São Paulo, eles se reuniram na Praça Charles Miller e fizeram um “buzinaço”. Os manifestantes se deslocaram para o Itaim-Bibi e, em seguida, foram até a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Também houve manifestação em Campinas, no interior do Estado, no Rio de Janeiro, Paraná, Ceará e no Piauí. Entre as principais reivindicações estão o aumento da tarifa mínima dos atuais R$ 5,62 para R$ 10 e a diminuição da comissão cobrada pelas empresas, que, segundo o presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo (Amasp), Eduardo Lima de Souza, pode chegar a até 60% do valor total das corridas.

“Às vezes leva 1 km para chegar até o passageiro e mais 2 km ou 3 km até o destino. A tarifa mínima precisa ser de R$ 10. A fixação da taxa cobrada pelo motorista, orientamos a cobrança de 20%, para que o condutor tenha aumento de ganho e o passageiro não sofra com aumento. O motorista trabalha mais contente e o passageiro ganha um serviço de maior qualidade”, explicou o presidente da Amasp. Souza conta que começou a atuar como motorista de aplicativo em 2016. Segundo ele, a taxa era de 25%, e o valor da corrida, fixo. “O passageiro pagou R$ 10, a empresa recebeu R$ 2,50 e repassa R$ 7,50 ao motorista”, exemplificou. No entanto, as empresas adotaram as taxas variáveis, o que mudou o cenário. “Em resumo, você pagou um valor hoje e outro amanhã. Nós continuamos com os mesmos R$ 7,50. Em contrapartida, houve aumento de combustível, nas peças de manutenção e no valor do próprio veículo. E o motorista continua ganhando a mesma coisa”, explicou. “A reivindicação é para resolver um problema do motorista, que não consegue trazer fundos suficiente. Entramos em uma situação complicada”, finalizou Souza.

Procurada, a Uber se manifestou através da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa os principais aplicativos de mobilidade. “A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia respeita o direito de manifestação e informa que as empresas associadas mantêm abertos seus canais de comunicação com os motoristas parceiros, reafirmando a disposição para o diálogo contínuo, de forma a aprimorar a experiência de todos nas plataformas”, disse a associação. A 99, por sua vez, afirma que adotou soluções permanentes para incrementar os ganhos na plataforma. A 99 afirma ter sido a primeira empresa a oferecer a taxa garantida, que assegura aos condutores a taxa máxima semanal de até 19,99%. Também afirma ser pioneira em iniciativas com o Adicional Variável de Combustível, um auxílio no ganho que aumenta sempre que o combustível sobe. Além disso, a plataforma destacou o lançamento do Kit Gás; consórcios com taxas mais baixas para a compra do veículo; 99Loc (que amplia o acesso à locação de veículos); e o DriverLab (centro de inovação criado pela 99 para fortalecer o cuidado com o motorista e a redução de seus custos operacionais). 

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