Movimentos protestam contra decisão do STF e dizem que agora vão pressionar Congresso

  • Por Jovem Pan
  • 08/11/2019 19h00
Rubinho Nunes/MBL Tramita na Câmara a PEC que inclui no texto constitucional a possibilidade da prisão após condenação em segunda instância

Depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) mudar o entendimento e decidir que, segundo a Constituição, ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado, os grupos que convocaram manifestações para este sábado (9) em defesa da prisão em segunda instância dizem que agora o movimento será para pressionar o Congresso a reverter a decisão.

“A manifestação está mantida, mas vamos olhar daqui para a frente. A decisão do STF tem que ser respeitada, gostemos ou não, mas vamos pressionar os parlamentares para que seja feita uma mudança constitucional ou por PEC (Proposta de Emenda à Constituição) ou projeto de lei”, afirmou Renato Batista, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL).

Depois da sessão do STF que derrubou a prisão em segunda instância, o presidente da Corte, Dias Toffoli, disse o Congresso tem autonomia para mudar a regra do início do cumprimento da pena. Tramita na Câmara a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 410/18, que inclui no texto constitucional a possibilidade da prisão após condenação em segunda instância.

Antes da votação do STF, o MBL e o Vem Pra Rua haviam marcado uma manifestação amanhã na Avenida Paulista para defender a prisão em segunda instância. Os dois grupos também defendem a CPI da Lava Toga para investigar o “ativismo judicial” de autoridades de tribunais superiores, especialmente ministros do STF.

O ministro Sergio Moro declarou nessa sexta que a decisão deve ser respeitada, mas ressaltou que o Congresso Nacional pode mudar a Constituição para reverter a determinação. “Sempre defendi a execução da condenação criminal em segunda instância e continuarei defendendo. A decisão da maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) para aguardar o trânsito em julgado deve ser respeitada. O Congresso pode, de todo modo, alterar a Constituição ou a lei para permitir novamente a execução em segunda instância, como, aliás, foi reconhecido no voto do próprio ministro Dias Toffoli”, disse.

Com base na decisão do STF, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu da prisão após 580 dias. Lula estava na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, no Paraná.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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