Não podemos ser oposição ao Brasil, diz Serra sobre manutenção de vetos

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2015 11h14
Presidente do Senado, Renan Calheiros, durante sessão plenária que aprovou a aposentadoria compulsória dos servidores públicos aos 75 anos (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil José Serra com o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB) em julho

O senador José Serra (PSDB-SP) comentou nesta sexta-feira (24) a manutenção dos vetos da presidente Dilma que visam a economizar recursos da União, fazer o ajuste fiscal e superar o déficit. Serra destacou a importância econômica de não derrubá-los.

Ele ressaltou que”é muito dificil (politicamente, para reunir os votos necessários) derrubar um voto da Presidência” e emendou: “O governo tem feito um empenho grande e também, dado que se esses vetos caírem, vai causar muita inquietação nos meios econômicos, privados, financeiros, e essa situação está muito instável, isso também ajudou o governo”. Ele ressalva: “Agora, a a fragilidade estrutural do governo vai continuar. Esse episódio, por incrível que pareça, vai ser passageiro, é a minha intuição”.

Foram aprovados 26 votos da presidente Dilma, mas ainda faltam 6 para serem votados, provavelmente em reunião do Congresso na semana que vem. Um dos que ainda precisam de ser votados é o que concede ajuste a servidores do Judiciário. Serra não foi claro se é contra o aumento de até 78% aos servidores, o que custaria aos cofres públicos R$ 36,2 bilhões até 2019. Mas se disse contra “pautas-bomba” contra o governo.

“O posicionamento da maioria das bancadas da Câmara, que vota primeiro, é para derrubar o veto”, disse. “Agora, nós não somos a favor de votar bombas fiscais, porque isso não é quanto pior para o governo Dilma”.

“Quanto pior melhor é uma atitude errada ao meu ver”, afirmou o tucano. “Quem paga o pato é a população”. “Nós não podemos ser oposição ao Brasil; uma coisa é oposição ao governo, outra é oposição ao Brasil”, afirmou José Serra.

Na entrevista, Serra também comparou a crise atual com a de 1964, defendeu o parlamentarismo no Brasil, criticou os governos anteriores de Lula e Dilma, falou sobre especulações de sua posição em um eventual governo de Michel Temer e defendeu projeto de sua autoria sobre o Pré-Sal.

Ouça a participação completa do senador no áudio do começo do acima.

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