No Recife, protesto contra assassinato de João Alberto termina com prisão
Os manifestantes se reuniram em frente à uma loja do Carrefour no bairro de Boa Viagem; ato foi organizado pela pela Articulação Negra de Pernambuco
Neste sábado, 21, manifestantes se reuniram em frente a uma loja do grupo Carrefour no bairro de Boa Viagem, no Recife, para protestarem contra o assassinato de João Alberto Silveira Freitas. O ato foi promovido pela Articulação Negra de Pernambuco (Anepe), entidade composta por cerca de 30 organizações militantes. Acusada de truculência pelos organizadores da manifestação, a Polícia Militar de usou spray de pimenta para dispersar o grupo e acabou detendo uma mulher que, segundo a Rede Mulheres Negras de Pernambuco, foi presa injustamente quando já se dispersava ao final do protesto. Os manifestantes, que mostraram faixas e cartazes exigindo respeito à população negra e boicote ao Carrefour, ocuparam uma pista da Avenida Domingos Ferreira. Ao chegar ao local, a PM negociou o desbloqueio da via e o compromisso de dispersão de forma pacífica. No entanto, por volta do meio-dia os participantes entraram no estacionamento da loja, sendo que imagens divulgadas nas redes sociais mostram um dos manifestantes chutando o equipamento que aciona a cancela no acesso para carros.
A Polícia Militar de Pernambuco não citou o uso de spray de pimenta para dispersar a manifestação, mas esclareceu que a mulher detida era uma das organizadoras do protesto. Segundo a PM, ela foi conduzida à Delegacia de Boa Viagem e ouvida juntamente com o gerente do supermercado, que prestou depoimento sobre os acontecimentos. “É importante ressaltar que as Forças de Segurança em Pernambuco estão unidas à sociedade no combate ao racismo e à intolerância de qualquer natureza. E sempre resguardarão o direito à liberdade de expressão e à manifestação do pensamento, sem transigir quanto à firmeza, dentro da legalidade e da técnica, para preservar a ordem pública, o direito de ir e vir das pessoas, a proteção do patrimônio e da vida”, afirma a PM. A Polícia Civil instaurou inquérito e iniciou as investigações, com a coleta de depoimentos, informações e imagens de circuitos internos de videomonitoramento.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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