‘Nossa guerra não é eleitoral, é contra a pandemia’, avalia Doria
Governador de SP elogiou decisão do ministro da Saúde Eduardo Pazuello antes de saber do pronunciamento da pasta que negou o compromisso
O governador do Estado de São Paulo, João Doria, pediu ao presidente Jair Bolsonaro, pelo Twitter, que ele “tenha grandeza e lidere o Brasil para a saúde, a vida e a retomada de empregos” após ele se manifestar contra a fala do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre adquirir 46 milhões de doses da CoronaVac. “A nossa guerra não é eleitoral. É contra a pandemia. Não podemos ficar uns contra os outros. Vamos trabalhar unidos para vencer o vírus e salvar os brasileiros”, disse. Pouco antes, em coletiva na frente do Congresso Nacional, ele elogiou a atitude de Pazuello por decidir adquirir o imunizante após confirmação de eficácia e segurança da Anvisa e incluí-lo no Programa Nacional e Imunização (PNI).
Nesta quarta-feira (21), porém, o secretário-executivo da pasta falou em “interpretação equivocada” e disse que “não há intenção de compra de vacinas chinesas”. Mais cedo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que o Ministério da Saúde não iria comprar o imunizante. Doria disse que o encontro de ontem, dos 24 governadores com a pasta, foi “conciliatório, pacífico e com base na ciência”. No momento da fala, ele não sabia do anúncio da Saúde. “Pazuello anunciou que a vacina do Butantan, assim como as outras que vierem a ser aprovadas pela Anvisa, serão adquiridas para imunização dos brasileiros. Houve destaque para a do Butantan porque ela é a mais avançada e promissora contra Covid-19 até agora.”
“Não é ideologia política ou processo eleitoral que salva. É a vacina. Peço compreensão do presidente Jair Bolsonaro e seu sentimento humanitário para compreender que o seu ministro da Saúde agiu baseado na ciência, saúde e medicina. Não há razão para censurar ou recriminar um ministro por ter agido corretamente.” O governador de São Paulo, João Doria, aproveitou o momento para lembrar que, em fevereiro, o presidente sancionou uma lei que prevê a obrigatoriedade da vacina. O assunto tem sido palco de discussões e faíscas entre os dois políticos.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, salientou que espera que a CoronaVac seja receptada pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), mas que, se isso não acontecer, existe a chance do Instituto doar as doses. “Se não tivermos um financiamento oficial, o Butantan vai procurar financiamentos alternativos para oferecer a CoronaVac ao PNI. No passado já doamos algumas vacinas e essa pode não ser diferente. Mas ela está sendo produzida e tem como destino o PNI. “A vacina do Butantan é do Brasil, de todos os brasileiros. Não classificamos vacina por razões políticas, ideológicas, partidárias ou eleitorais”, completou Doria.
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