Constantino: China é origem da pandemia, é legítimo desconfiar da Coronavac
A posição do presidente contrária à compra da vacina levanta discussão sobre a segurança do composto chinês
Um dia após o Ministério da Saúde confirmar que vai incorporar a Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo, no Programa Nacional de Imunizações, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, categoricamente, que doses do possível imunizante não serão compradas. A declaração feita nesta quarta-feira, 21, em comentário nas redes sociais, contraria a posição da pasta e marca um novo momento de divergências entre membros do governo. Sobre o assunto, o comentarista Rodrigo Constantino pontua a legítima desconfiança sobre a vacina chinesa, mas reforça a necessidade de coordenar melhor as comunicações.
“O problema de comunicação é muito grave. Essa coisa de um falar uma coisa e depois o presidente desmentir gera ruído, gera confusão e é muito ruim. O governo bate muita cabeça e precisa melhorar neste aspecto. Mas sobre o conteúdo em si, eu não consigo ver a vacina da China igual as outras. É óbvio que a origem faz diferença, para começo de conversa a origem da pandemia é a China. O país já exportou máscaras, respiradoras, é a única economia que vai ter alta no PIB nesse ano e isso começa a parecer a história do borracheiro malandro que joga pregos na rua para depois consertarem o pneu com ele. Segundo, não tem transparência. Vimos a Johnson & Johnson, Oxford parando o processo de produção para averiguar um caso de sintoma, alguém acha que a China faz isso? Alguém deposita tanta confiança no Instituto Butantan, que era acusado de escândalos de corrupção em 2017, ou mesmo na Anvisa, que está longe de ser uma instituição perfeita? Então acho legítimo desconfiar da China sim, os laboratórios privados estão pedindo para se eximir de responsabilidade caso aconteça alguma coisa com as vacinas, imagine uma vacina chinesa. Acho legítimo desconfiar, acho que jamais deveria ser obrigatório, isso é temerário. Entendo se não quiser comprar a vacina chinesa, mas a comunicação tem que melhor muito.”
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